Bruno Ottoni

Pesquisador do IDados e do FGV IBRE. Formou-se em Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez mestrado e doutorado em Economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Pesquisa na área de Microeconomia Aplicada com ênfase em Economia do Trabalho.

Os impactos da reforma trabalhista brasileira

A reforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017, altera inúmeros aspectos da legislação trabalhista brasileira. Entre as principais alterações se encontram a permissão por lei da prevalência do negociado sobre o legislado (válido para negociações coletivas) e a criação de novos contratos de trabalho, tais como o intermitente e o de tempo parcial. Em geral, a reforma representa uma expressiva flexibilização da legislação trabalhista brasileira.

Por que existe tanta informalidade entre os brasileiros que trabalham em tempo parcial?

O trabalho em tempo parcial é muito comum no Brasil. Para se ter uma ideia da relevância destas jornadas reduzidas em nosso país, que compreendem menos de 40 horas de trabalho por semana, basta dizer que existiam, no último trimestre de 2017 (dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), quase 25 milhões de brasileiros empregados em tempo parcial (ver tabela 1). Destes, apenas uma minoria se dizia insatisfeita com o número de horas trabalhadas.

A ciência e o crescimento econômico brasileiro

Na esfera do debate público predominam dois tipos de argumento, que são: (i) o opinativo e (ii) o científico. O primeiro tem natureza bastante abrangente. Pode tanto ser sincero quanto desonesto. Por um lado, em muitos casos o argumento opinativo parte de um observador bem-intencionado, que utiliza a lógica juntamente com alguns casos conhecidos, para extrair conclusões e propor soluções.

Trabalho intermitente: os benefícios deveriam ser proporcionais às horas trabalhadas

A reforma trabalhista, que entrou em vigor no mês de novembro deste ano, introduziu o contrato de trabalho intermitente. Nessa nova forma de contratação, o serviço prestado pelo trabalhador não ocorre de maneira contínua, havendo, na verdade, alternância entre períodos de atividade e momentos de inatividade. O contrato de trabalho intermitente funciona da seguinte maneira:  a firma emprega um funcionário que fica à sua disposição até ser “convocado” para trabalhar.

Avanço da subocupação reforça projeção de retomada lenta do mercado de trabalho

Nos últimos meses a taxa de desemprego tem caído acentuadamente. A desocupação, que estava em 13,7% em março, apresentou queda significativa, chegando a de 13,0% em junho (Gráfico 1).

O ritmo mais acelerado da queda do desemprego vem aumentando o otimismo dos analistas em relação à perspectiva de uma recuperação mais forte do mercado de trabalho.

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