Luana Miranda

É mestre em Economia pela FGV/EPGE com dissertação na área de Macroeconometria. Atualmente, é pesquisadora do IBRE/FGV, com foco em atividade econômica brasileira. Cursa doutorado em Economia na FGV/EPGE.

Investimento inflado por plataformas de petróleo

A forte recuperação da economia brasileira, passado o fundo do poço atingido no segundo trimestre do ano passado, já dá sinais de perda de fôlego nos últimos meses de 2020. A redução do auxílio emergencial, a aceleração da inflação e o recrudescimento da pandemia são alguns fatores que contribuíram para um menor ímpeto de consumo, tanto de bens quanto de serviços, no final do ano passado.

PIB do 3º tri e atualização do cenário IBRE: desaceleração no radar

O PIB do terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE, registrou avanço de 7,7% em relação ao segundo trimestre, permanecendo 3,9% abaixo do mesmo período do ano passado. O resultado surpreendeu negativamente as expectativas de mercado, cuja mediana se situava em torno de 8,7% TsT, mas veio em linha com as projeções do IBRE, divulgadas no Boletim Macro de novembro.

Alívio das condições financeiras pode ser rapidamente revertido pelo risco fiscal

Ao longo das últimas semanas, os ativos financeiros brasileiros foram favorecidos pelo ambiente externo mais otimista e mais propenso ao risco com a definição do resultado eleitoral nos Estados Unidos, o que se somou ao anúncio de alta eficácia em testes de duas vacinas contra a Covid-19. O Índice de Condições Financeiras (ICF) FGV/IBRE apontou melhora de 32% desde 30 de outubro, como mostra o Gráfico 1.

PIB do 2º trimestre e as atualizações para o cenário prospectivo

O ano de 2020 será lembrado pela pandemia do novo coronavírus, que vem deixando marcas não apenas na esfera sanitária, mas também nas esferas social e econômica. Evidência disso pôde ser vista com a divulgação pelo IBGE dos dados das Contas Nacionais Trimestrais, que apontaram neste segundo trimestre quedas recordes em diversas atividades.

Investimento deve registrar o pior desempenho trimestral em pelo menos 25 anos

A crise atual atinge em cheio a já combalida demanda interna privada nacional. Tanto o consumo das famílias quanto o investimento não haviam ainda recuperado as perdas ocorridas durante a última recessão quando o coronavírus chegou no Brasil. A situação é muito mais crítica quando se trata do cenário para o investimento, que, mesmo antes da pandemia, encontrava-se 23,5% abaixo do nível registrado no início de 2014.

Economia brasileira cairá no 2º trimestre mais que em qualquer período recessivo dos últimos 40 anos

A pandemia deixará cicatrizes nas economias mundo afora que serão mais ou menos profundas a depender, dentre outros aspectos, das condições econômicas e sociais anteriores à crise. Nesse quesito, a economia brasileira possui grande desvantagem. Dos 8,1% de perda acumulada durante a última recessão, que foi uma das mais severas de nossa história, havíamos recuperado apenas 5,3% quando a COVID-19 chegou no Brasil e trouxe recordes de retração nos principais indicadores econômicos do país.

Indústria de transformação: a maior queda da história

Em abril, mês em que a paralisação das unidades produtivas se intensificou, a indústria brasileira medida pela PIM-PF teve o pior desempenho de toda a série histórica. A queda foi de -18,8%[1] para o total da indústria e de -23% para a transformação, marcando assim o pior desempenho do setor desde o início da série histórica.

Novos cenários para a evolução da atividade econômica brasileira em 2020

Na seção Em Foco do Boletim Macro Ibre do mês passado, realizamos uma análise preliminar do impacto da chegada do coronavírus ao Brasil sobre a atividade econômica doméstica. Ressaltamos, contudo, que naquela ocasião os únicos indicadores brasileiros que já captavam o impacto do vírus e o tamanho da incerteza adiante eram as variáveis financeiras de alta frequência.

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