Aloisio Campelo Junior

Superintendente de Estatísticas Públicas do FGV IBRE.

Incerteza em nível estratosférico em tempos de Covid-19

O Indicador de Incerteza Brasil da FGV (IIE-BR) cresceu fortemente em março, refletindo o impacto da chegada da pandemia de Covid-19 ao Brasil. Com alta de 52 pontos, o indicador chegou aos 167,1 pontos, batendo com folga dois recordes históricos: o de maior nível da série e o de maior alta mensal. O gráfico abaixo evidencia a atipicidade do resultado.

O susto com a alta dos alimentos deve durar pouco

A expansão da pandemia de Covid-19 por todo o país ao longo de março mudou a rotina de famílias e empresas provocando uma tempestade na economia. No âmbito da inflação, a despeito da forte desaceleração do nível de atividade, chamou atenção a alta dos preços de alimentos, motivada em grande parte por uma corrida aos supermercados para formação de estoques, mas também por gargalos de oferta.

O efeito da Black Friday na sazonalidade das vendas do comércio

Nos últimos anos, o movimento de vendas durante a Black Friday aumentou expressivamente, transformando a data no maior evento de vendas promocionais do comércio nacional[1]. Em enquete realizada em novembro pela FGV IBRE, 51% das empresas do Varejo Restrito disseram que realizariam promoções nesta época do ano. De nove segmentos, o maior grau de adesão ocorreu em móveis e eletrodomésticos (73,9%) e o menor em combustíveis e lubrificantes (10,4%).

Evidências empíricas confirmam relevância de medidas subjetivas de bem-estar para o Brasil

Dinheiro traz felicidade? Buscando responder a esta pergunta, o professor Richard Easterlin publicou um artigo em 1974 no qual reuniu dados de 30 pesquisas realizadas em 19 países entre 1946 e 1970. Em seu resultado mais famoso, Easterlin mostrou que a relação positiva entre renda e satisfação com a vida observada para indivíduos de um mesmo país em dado instante do tempo não se confirmava para a média do conjunto de indivíduos ao longo do tempo.

A letargia do investimento

Há muito não se via uma recessão tão longa, profunda e marcada por idiossincrasias como esta. Em particular, chama atenção o comportamento dos investimentos. Primeiro por terem iniciado sua fase de contração bem antes dos outros componentes da demanda agregada. Segundo, pela intensidade da queda durante o auge da crise. Terceiro, pelo desempenho aquém do esperado na atual fase de transição do ciclo, em que a probabilidade de saída de recessão já é elevada, a despeito dos riscos ainda no radar. 

Páginas

Subscrever Aloisio Campelo Junior