Mercados e Inflação

Rememorando: “Inflação e desemprego – a curva de Philips”

17 jan 2023

Este é o post mais lido da história do Blog do Ibre, que relembramos hoje. De José Márcio Camargo, o post aborda a “Curva de Philips”, ligando desemprego e inflação, e deve ser lido no contexto de 2018, quando foi escrito.

Desde os anos cinquenta do século passado, economistas de diferentes escolas de pensamento concordam com a proposição de que, no curto prazo, existe uma relação inversa entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego. Ou seja, quanto maior a taxa de desemprego menor a taxa de inflação e vice-versa. A esta relação dá-se o nome de curva de Phillips, em homenagem ao economista que a propôs pela primeira vez.  

Esta ligação entre inflação e desemprego decorre do fato de que, quanto maior a taxa de desemprego, menos renda é gerada na economia, seja porque menos empregos são criados, seja porque os empregos criados pagam menores salários. O resultado é uma menor demanda por bens e serviços. Quanto menor a demanda, menor o poder das empresas de aumentar os preços e maior a competição entre as empresas pelos consumidores remanescentes, o que aumenta o incentivo para que elas reduzam seus preços para aumentar a demanda por seus produtos.  

Desde o final dos anos sessenta, dois fenômenos interrelacionados tiveram um efeito importante sobre a efetividade desta relação. Primeiro, o deslocamento de uma parte significativa da produção de bens (industriais, minerais e agropecuários) dos países desenvolvidos para os emergentes, principalmente para os asiáticos (Japão, Coreia, China, Taiwan, etc.) no caso da indústria, e para os latino-americanos (Brasil, Argentina, Peru, etc.) na agropecuária e produtos minerais. Segundo, intensificou-se a liberalização do comércio internacional, o que, em conjunto com a diversificação geográfica da produção, gerou o que foi denominado de globalização, reforçando e facilitando o deslocamento geográfico da produção. Estes dois fenômenos mudaram o comportamento da economia mundial.  

Com a intensificação do processo de globalização e a difusão da produção de bens pelos países emergentes, o preço dos produtos industriais e agropecuários passou a ser determinado no mercado internacional destes produtos, não mais apenas no mercado interno de cada país. Isto significa que, hoje, a taxa de inflação desses bens em cada país é, em grande parte, determinada pela taxa de inflação internacional destes bens multiplicada pela variação da taxa de câmbio de cada país. Esses bens são denominados de bens comerciáveis, pois podem ser produzidos em um determinado lugar e consumidos em qualquer outro lugar do planeta.    

Leia o post completo aqui. 


Este artigo, primeiro de uma série de três, foi publicado originalmente pela Opus-Genial Gestão de Patrimônio.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV. 

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