Fernando Veloso

PhD em Economia pela University of Chicago. Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro e professor da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da FGV/RJ. Pesquisador associado do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da FGV/RJ. Autor de diversos artigos publicados em revistas acadêmicas nacionais e internacionais nas áreas de crescimento e desenvolvimento econômico, educação e políticas públicas. Foi coorganizador dos livros “Causas e Consequências da Informalidade no Brasil” e “Anatomia da Produtividade no Brasil. É colunista do Broadcast.

Por onde começar as reformas?

Desde 1980, a produtividade do trabalho no Brasil ficou praticamente estagnada. Esse fato foi de certa forma mascarado pelo bônus demográfico, que permitiu que a renda per capita aumentasse a uma taxa bem superior à da produtividade.

Com o fim do bônus demográfico este ano, anunciado recentemente pelo IBGE, a única forma de aumentar a renda per capita nas próximas décadas será elevando a produtividade do trabalhador brasileiro.

Para onde vai a taxa de juros internacional?

Este artigo foi originalmente publicado pelo Broadcast da Agência Estado em 21/09/18.

Embora tenha mantido a Selic inalterada em 6,5%, o Banco Central sinalizou que a taxa básica de juros poderá subir em caso de piora do cenário para a inflação ou do balanço de riscos. Este último, por sua vez, depende das expectativas sobre a continuidade das reformas e da evolução do cenário externo para as economias emergentes.

A controvérsia sobre as causas da concentração na economia americana

A conferência recente do Fed em Jackson Hole teve como tema o aumento da concentração na economia americana e seus efeitos sobre a política monetária. Esse é um tópico bastante controverso, cujas implicações se estendem ao debate sobre o baixo crescimento da produtividade e a elevação da desigualdade salarial nos Estados Unidos. Vários indicadores mostram que a concentração aumentou de forma generalizada na economia americana nas últimas três décadas. No comércio varejista, por exemplo, a participação das 4 maiores empresas no total de vendas subiu de 15% para 30%. Outros setores também tiveram aumento expressivo da concentração, como o setor financeiro (aumento de 24% para 35%) e utilidade pública e transportes (alta de 29% para 37%).

Lições para o Brasil da estagnação da produtividade no México

Depois de décadas de protecionismo e inflação elevada, desde meados dos anos noventa o México tornou-se uma economia aberta e com estabilidade macroeconômica.

Ao longo deste período, o país assinou 12 acordos de livre comércio, dos quais vários com economias desenvolvidas, como o Nafta. A participação das exportações no PIB aumentou de 25% em 1996 para 35% em 2015. Neste último ano o valor das exportações de manufaturados do México superou a soma de todo o restante da América Latina.

De volta aos anos oitenta?

Como diria Luis Stuhlberger, no fundo do poço tinha um alçapão. Em um contexto já suficientemente dramático do ponto de vista fiscal, a greve dos caminhoneiros ameaça cavar um buraco ainda mais fundo nas contas públicas.

A greve dos caminhoneiros é mais um caso clássico em que intervenções desastradas de política econômica geram consequências que, por sua vez, estimulam tentativas de correção igualmente desastradas.

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