Salomão Quadros (In Memoriam)

Mestre em Engenharia de Produção na Coppe-UFRJ e formado em Engenharia Elétrica pela PUC-Rio, era superintendente adjunto de inflação do Ibre/FGV, sendo responsável pelo cálculo e divulgação do Índice Geral de Preços (IGP) da FGV. Faleceu em 24 de janeiro de 2019.

 

Uma inflação memorável avaliada à luz do contexto mundial

De surpresa em surpresa, a inflação caiu a 2,46%. Em 10 dos 12 meses desde setembro de 2016, as previsões do boletim Focus superestimaram o número calculado pelo IBGE. Nesse período, a taxa de inflação recuou 6,5 pontos percentuais. Reduções de amplitude superior a essa ocorreram apenas duas vezes após o Plano Real, a última em outubro de 2004. Quanto aos 2,46%, percentual inferior ao piso da meta, não se verificava nada parecido desde fevereiro de 1999.

IGP-M de abril: Anatomia de um recorde

A divulgação de estatísticas seriais não pode prescindir de referências históricas, que ajudem a situar os números mais recentes na escala em que são medidas. Estamos falando de frases como “esta é a maior taxa em cinco anos “ e outras semelhantes, encontradas com facilidade em títulos de matérias jornalísticas. Para o bem ou para o mal, o resultado presente desperta maior atenção quanto mais distante no tempo estiver a marca superada. 

Inflação: desta vez é diferente?

Na primeira metade dos anos 1980, a economia americana ingressou no período conhecido como a Grande Moderação. PIB estável, baixa inflação, alongamento do ciclo econômico e maior previsibilidade fizeram desta fase o paraíso dos banqueiros centrais. A década e meia anterior, em contraste, é chamada de a Grande Inflação. O índice de preços ao consumidor, que começou os anos 1970 em torno de 6%, alcançou 12% no fim de 1974. Após refluir nos dois anos seguintes, sobreveio nova pressão, que empurrou a alta de preços para 14,5% em março de 1980.

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