Momento difícil da desinflação americana
O Consumer Price Index (CPI) em 12 meses marcou 2,53% em agosto, 2,44% em setembro e 2,60% em outubro. Núcleo por exclusão foi de 3,20%, 3,31% e 3,33% nos 12 meses terminados, respectivamente, em agosto, setembro e outubro.
Nos últimos três meses, estancou a desinflação americana. O Índice de Preço do Consumidor, Consumer Price Index (CPI), na taxa em 12 meses, andou de lado desde agosto, quando marcou 2,53%. As leituras de setembro e outubro foram de respectivamente 2,44% e 2,60%.
O mesmo ocorreu com o núcleo por exclusão, que marcou 3,20%, 3,31% e 3,33% nos 12 meses terminados, respectivamente, em agosto, setembro e outubro. E também com o supernúcleo, que considera os serviços que excluem aluguéis: a leitura em 12 meses foi de 4,50%, 4,59% e 4,58%, respectivamente, para agosto, setembro e outubro.
O item aluguel continua a apresentar uma levíssima queda, menos do que se imaginaria, dado o que tem ocorrido com os novos aluguéis. Estes já apresentam desinflações expressivas. Nos últimos três meses terminados em outubro, a inflação de aluguéis do CPI, acumulada em 12 meses, fechou respectivamente em 5,38%, 5,21% e 5,19%.
A inflação acumulada em 12 meses deve andar de lado até o final do ano, aproximadamente, quando as inflações mensais em 2023 foram muito baixas. Possivelmente ao longo do primeiro trimestre de 2025 e, mais intensamente no segundo trimestre de 2025, em função da saída da base de comparação, a desinflação na base de 12 meses deve aumentar.
É verdade que a economia tem estado forte. No terceiro trimestre, o crescimento foi de 2,8% anualizado, após expansão de 3% no segundo trimestre. Segundo o acompanhamento do Banco Central de Atlanta, a economia roda a 2,5% no quarto trimestre.
Por enquanto, o bom desempenho da atividade é fruto de um crescimento mais forte da produtividade. Se, nos últimos 10 anos, a produtividade em média rodou a 1,7% ao ano, nos últimos dois anos tem rodado a 2,4%.
De fato, em outubro foram gerados somente 12 mil empregos – que podem ter sido afetados pelos furacões –, mas a criação mensal nos últimos três meses terminados em outubro foi de 104 mil, número abaixo do necessário para manter a taxa de desemprego constante, que é de uns 140 mil aproximadamente.
Não parece haver pressão sobre o mercado de trabalho, apesar de a economia operar nas proximidades do pleno emprego.
Com o que temos hoje, espera-se mais um corte de 0,25% em dezembro, e dois cortes em 2025, com taxa de juros terminal, no atual ciclo de queda, no intervalo entre 3,75% e 4,0%.
É possível que a desinflação surpreenda no início do ano e, com a surpresa, haja revisões mais fortes para a queda de juros.
Esta é a seção Internacional do Boletim Macro FGV IBRE de novembro de 2024.
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.
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