Preços administrados reduzem a chance de IPCA abaixo de 3% em 2017
O comportamento recente dos preços administrados promete acelerar a inflação no último trimestre de 2017. Segundo o Monitor da Inflação da FGV, o IPCA de outubro poderá subir 0,51%. Se confirmada, esta será a maior taxa registrada pelo índice oficial em 2017. Parte importante desse resultado se explica por aumentos registrados em preços controlados, cujos destaques para outubro são: tarifa elétrica (+3,7%), gás de botijão (+4,0%) e gasolina (+0,6%). Juntos, esses itens devem responder por 40% do resultado do IPCA de outubro.
Para os meses de novembro e dezembro, a inflação poderá se manter em torno de 0,4%, sustentada – entre outros fatores – por novos reajustes para preços administrados.
Importante contribuição continuará partindo da tarifa elétrica, por conta de novos aumentos – como os que já vigoram para Goiânia e Brasília – e devido ao reajuste da bandeira vermelha patamar 2, que passou de R$ 3,50 para R$ 5,00, subindo 43%. Só esse reajuste elevará as contas de luz em 2,2%. Além do mais, chuvas abaixo da média e reservatórios pouco abastecidos poderão sustentar a vigência da bandeira vermelha patamar 2 até o primeiro trimestre de 2018.
Afora os preços monitorados, também se espera aceleração do grupo Alimentação e Bebidas. A taxa dessa classe de despesa, negativa desde maio, deve passar para terreno positivo em outubro, mantendo-se em aceleração, por força de efeitos sazonais, até o final do ano. Para outubro, o Monitor da Inflação antecipa para esta classe de despesa, alta de 0,3%.
Ao considerar tais resultados, a variação acumulada no último trimestre de 2017 poderá chegar a 1,3%, variação superior a apurada nos primeiros três trimestres do ano. Se essas taxas forem confirmadas, o IPCA fechará 2017 com alta de 3,1%.
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