Boletim Macro: choque externo e incerteza eleitoral arrefecem retomada econômica
A cena externa tornou-se mais desafiadora para o Brasil desde a última divulgação do Boletim Macro: a curva de juros americana andou para cima, o dólar se valorizou, o petróleo subiu de preço e o apetite pelo risco de “emergentes” diminuiu. Tudo isso é ruim para o Brasil, que terá de conviver com inflação e juros mais altos e confiança e crescimento mais baixos.
A piora do quadro externo se deve a fatores geopolíticos e econômicos. Entre os primeiros, destaca-se a saída dos EUA do acordo nuclear com o Irã, o que deve reduzir a oferta global de petróleo, junto com o colapso da produção na Venezuela, pressionando o preço para cima. A maior preocupação é com os impactos na inflação nos EUA e com a atividade em emergentes que importam largas quantidades dessa commodity. Mas também em países em que o quadro é menos sensível, o petróleo em alta pressiona a inflação para cima e a atividade para baixo.
Em suma, o cenário piorou e o balanço de riscos segue negativo. Além do cenário externo desfavorável, o quadro eleitoral ainda muito incerto pode piorar mais as condições financeiras e o grau de confiança de empresários e consumidores, o que reduziria ainda mais o ritmo de retomada da atividade econômica já em 2018. Veja a edição de maio do Boletim Macro.
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