Trabalho

Análise do mercado de trabalho formal em fevereiro de 2024

2 abr 2024

Fevereiro de 2024 registrou saldo de 306.111 postos formais e crescimento. A contratação líquida de pessoas de 25 a 29 anos cresceu 32,2%. Demissões voluntárias permaneceram em alta.

Este informativo analisa os dados mais recentes do Novo CAGED, divulgados pelo MTE, referentes ao mês de fevereiro de 2024. A análise contempla os últimos 12 meses, considerando os ajustes declarados fora do prazo. No mês de fevereiro de 2024, o Brasil registrou criação líquida (admissões acima de desligamentos) de 306.111 postos formais de trabalho, considerando 2.249.070 admissões e 1.942.959 desligamentos. As admissões registraram o recorde dos últimos 12 meses e o saldo positivo superou, pelo segundo mês consecutivo, as projeções do mercado.

Fazendo uma comparação entre os meses de fevereiro dos últimos quatro anos, essa criação líquida cresceu em relação ao mesmo mês do ano passado, apresentando um aumento de 21,2% frente aos 252.487 postos criados em fev/23. Contudo, ainda é 13,5% menor do que fev/22 (cuja criação líquida foi de 353.758 postos) e 23% menor do que o registrado em fev/21 (397.715 postos). No acumulado do bimestre foi registrado saldo de 474.614 empregos, sendo 4.342.227 admissões e 3.867.613 demissões. Esse saldo foi 38,5% maior do que o acumulado no primeiro bimestre de 2023 (342.509 postos), conforme mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1 - Admissões, demissões e saldos de fevereiro – Brasil.

 Fonte: Elaboração dos autores com base nos microdados do Novo CAGED.
Dados com ajustes declarados até fev/24.

Analisando por grandes setores de atividade econômica, o saldo positivo agregado (306.111) foi puxado principalmente pelos saldos positivos dos Serviços (193.127) e da Indústria (54.448), sobretudo a Indústria de Transformação (51.870). Todos os setores de atividades econômicas registraram saldos positivos em fevereiro: a Construção gerou 35.053 postos, o Comércio gerou 19.724 postos e, por fim, a Agropecuária, com saldo de 3.759 postos. Comparando esses saldos obtidos com o mesmo mês do ano anterior, o Comércio (1027,7%) e a Construção (55,9%) apresentaram os maiores crescimentos percentuais, seguidos pela Indústria (35,2%) e pelos Serviços (12,6%). A Agropecuária foi o único setor que apresentou queda, tendo seu saldo reduzido em 77,1% frente ao saldo de 16.398 em fev/23.

O setor de serviços - responsável por 63% das vagas criadas em fevereiro de 2024 – teve o maior incremento nas Admissões (109.918) e no Saldo (21.557), seguido pelo Comércio, com incremento de 68.160 nas Admissões e 17.975 no Saldo, conforme mostra a Tabela 1. O resultado agregado positivo pelo segundo mês consecutivo superou as expectativas do mercado, sinalizando uma alta para o saldo do emprego formal esperado para o ano de 2024. Além disso, na comparação do acumulado, o saldo do primeiro bimestre de 2024 é menor do que o acumulado do primeiro bimestre de 2023 somente na Agropecuária (-37%). 

Tabela 1 - Admissões, demissões e saldos em fevereiro –
Por Setor de Atividade. Brasil.

Fonte: Elaboração dos autores com base nos microdados do Novo CAGED.
Dados com ajustes declarados até fev/24.

A Tabela 2 apresenta as 10 seções de atividade com maior quantidade de admitidos e desligados em fev/24. Dentre os 22 grupos de atividades considerados, cerca de 92% dos admitidos e desligados atuavam em uma das dez categorias listadas abaixo. A maior parte dos novos admitidos foram contratados nas seções de “Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas” (22%), “Atividades Administrativas e Serviços Complementares” (16%), “Indústrias de Transformação” (14,8%) e “Construção” (9,5%). As maiores participações na categoria dos desligados seguem a mesma ordem dos Admitidos, com 24,5%, 16,7%, 14,5% e 9,2% nas quatro categorias já referidas, respectivamente.

O texto completo pode ser acessado no Observatório da Produtividade Regis Bonelli.


As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV. 

Publicação atualizada em 04/04/2024.

 

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