Macroeconomia

Incerteza continuará elevada em 2022

1 fev 2022

Incerteza econômica teve queda gradual no Brasil em 2021, com paulatino controle da pandemia e retomada econômica. Para 2022, há três principais fatores que podem gerar incerteza: pandemia, cenário econômico menos favorável do país e eleições presidenciais de outubro.

Após um dramático 2020, o ano de 2021 foi marcado pelo avanço da vacinação contra o coronavírus no mundo e pela recuperação gradual das economias. Nesse cenário, o Indicador de Incerteza do Brasil (IIE-Br) seguiu, na maioria do tempo, em trajetória de queda a partir dos níveis recordes registrados no ano anterior. Ainda assim, as incertezas relacionadas à Covid-19 e ao ambiente econômico interno instável têm impedido que o indicador consiga retornar a níveis confortáveis.

Gráfico 1 – Indicador de Incerteza Econômica – Brasil

Fonte: FGV. Elaboração: Autora.

Na comparação mundial houve melhora em relação a 2020, quando o Brasil chegou a ser o campeão mundial de incerteza num ranking com outros 20 países[1]. Mas em novembro de 2021, o país ainda registra o sexto maior nível de incerteza e é um dos cinco países em que a incerteza menos recuou ao longo do ano.

Gráfico 2 – Ranking de Incerteza, por país, em Novembro de 2021, em pontos

*Incerteza medida pelo componente de “mídia” do IIE-Br FGV, para possibilitar a comparação mundial Fonte: EPUP e FGV. Elaboração: Autora.

A literatura tem mostrado que níveis elevados de incerteza afetam o crescimento econômico e reduzem a efetividade da política monetária ou fiscal (Bloom, 2009). A hipótese é que a incerteza elevada provoca adiamento das decisões de investimento e contratação pelas empresas, que adotam uma postura de “esperar para ver”. Essa cautela as torna menos responsivas às mudanças no ambiente econômico, incluindo os juros. Apesar da recente independência outorgada ao Banco Central, a política monetária mais restritiva em 2022, para conter a inflação, pode ser prejudicada por outros pontos de responsabilidade do governo, como turbulências políticas e má gestão fiscal.

Leia aqui o artigo completo do Boletim Macro Ibre de janeiro de 2022 na sua versão digital.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV. 


[1] Ranking elaborado pela autora com dados do Economic Policy Uncertainty Project e FGV IBRE.

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