Macroeconomia

Inflação do Carnaval da FGV aponta maiores altas na variação de preços do etanol e da gasolina

20 fev 2020

As capitais brasileiras têm registrado sucesso no pré-carnaval de rua, com aumento dos foliões nos blocos, que por sua vez fazem a alegria dos ambulantes. Quem optou por aproveitar a festa onde mora, além de se divertir pode gastar menos. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) apontou que a inflação do Carnaval ficou em 4,29%, entre fevereiro de 2019 e janeiro deste ano, levemente mais alta que a inflação do período (4,13%, IPC/FGV). Os vilões foram os combustíveis: o etanol subiu 12,17% e a gasolina aumentou 7,32%. Deixar o carro em casa então parece ser um bom negócio.

Se o folião preferir viajar, o melhor é optar pelo transporte público: as passagens de ônibus interurbano subiram apenas 1,58% e as passagens aéreas variaram negativamente (-7,56%). No quesito bebidas fora de casa, cerveja e chopp (4,33%), refrigerantes e água mineral (3,72%) e outras bebidas alcóolicas (1,06%), essas últimas em menor percentual, tiveram elevação.

Segundo o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE e responsável pelo levantamento, é importante planejar e ficar atento aos gastos na rua, mesmo quem não for viajar. “Se a família optar por não se deslocar, ajuda saber quanto tem no bolso para gastar por dia na rua. Comer e beber fora de casa, apesar de a inflação não estar pressionando tanto, pode pesar no orçamento. Vale manter o bom senso e, se der, carregar alguma bebida ou petisco de casa. Sempre é possível economizar”.

Os sanduíches variaram em 4,23%, enquanto sorvetes subiram 3,71%. Já outros serviços de alimentação fora de casa e hotelaria não registraram mudanças significativas nos preços nos últimos 12 meses, e também acumulam alta abaixo da inflação: refeição em bares e restaurantes (3,64%) e hotel (3,90%).

Outros itens aparecem na inflação de Carnaval calculada pelo FGV IBRE, como analgésico e antitérmico (6,54%) e gastroprotetor (4,97%), que subiram no período. Já os protetores de pele (2,31%) registraram elevação abaixo da inflação. O economista alerta que, assim como nas finanças pessoais, não é bom abusar da saúde. “Nós incluímos esses itens, porque são muito consumidos no período, mas é claro que a máxima “beba com moderação” deve prevalecer para que todos possam aproveitar melhor os dias de folia. 

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.

 

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