Monitor do PIB FGV IBRE: informações de saúde pública e privada
A partir da edição deste mês do Monitor do PIB FGV IBRE, em decorrência da pandemia de COVID-19, as informações de saúde pública e privada, serão desagregadas, pela ótica da produção. Esta desagregação, a princípio temporária, irá ajudar a entender como a evolução do valor adicionado estimado para a saúde pública e privada irá impactar o desempenho da economia a partir das informações a serem divulgadas no próximo Monitor do PIB, referente a março, quando teve início a recomendação de isolamento social por parte das autoridades brasileiras.
A chegada da pandemia de COVID-19 no Brasil, com a adoção das recomendações de isolamento social, tem impactos diretos e indiretos na economia, afetando, praticamente, todas as atividades econômicas. Nesta seção especial que estará disponível no Monitor do PIB-FGV durante todo o ano de 2020, busca-se compreender como duas das principais atividades econômicas diretamente afetadas pela COVID-19 (saúde pública e privada) serão impactadas pelo avanço da pandemia no país. Em conjunto essas duas atividades representavam 4,3% do PIB em 2017, sendo a saúde pública responsável por 2,0% e a saúde privada pelos outros 2,3%, de acordo com o IBGE.
A saúde pública integra com participação de 13% (em 2017, de acordo com as TRUs[1]) a atividade de Administração pública na desagregação do PIB em 12 atividades, nas Contas Nacionais Trimestrais do IBGE. Em fevereiro, a atividade de saúde pública caiu 0,6%, na comparação interanual, tendo contribuído negativamente (-0,1 p.p.) para o crescimento de 0,1% registrado na atividade de Administração pública. Os Gráficos abaixo, que estão no relatório divulgado no Portal IBRE, mostram a evolução recente da atividade e a contribuição da saúde pública para a atividade de Administração pública.
Dado a baixa representatividade em termos de ponderação, a atividade não tem impacto tão expressivo no total da Administração pública. Contudo, em momentos de elevado crescimento, como aconteceu em maio de 2017 ou elevada queda, como foi o caso de maio de 2018, a atividade de saúde pública foi fundamental para o desempenho da Administração pública.
A saúde privada compõe, na desagregação do PIB em 12 atividades, nas Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, a atividade de Outros Serviços, com 15,1% (em 2017, de acordo com as TRUs) de representatividade nesta atividade. Em fevereiro, a atividade de saúde privada cresceu 0,9%, na comparação interanual, tendo contribuído positivamente (0,1 p.p.), de forma a suavizar a queda de 0,1% registrada na atividade de Outros Serviços. Os gráficos abaixo mostram a evolução recente da atividade e a contribuição para a atividade de Outros Serviços.
Apesar de ter maior peso na atividade de Outros Serviços do que a saúde pública na atividade de Administração pública, a saúde privada tem influenciado menos o comportamento de Outros Serviços do que a saúde pública no comportamento da Administração pública.
É importante destacar que as estimativas realizadas para a saúde pública e privada no Monitor do PIB-FGV não abrangem toda a composição da Conta Satélite de Saúde do Brasil, divulgada pelo IBGE. Além das atividades de saúde pública e privada, a Conta Satélite abrange outras atividades, tais como fabricação de produtos farmacêuticos, comércio de produtos farmacêuticos entre outras atividades relacionadas a saúde.
Acesse o press release completo no Portal IBRE
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.
[1] Tabelas de Recursos e Usos divulgadas pelo IBGE.
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