Macroeconomia

Os juros americanos irão subir, mas como fica o balanço do FED?

11 dez 2017

Com sinais de que a economia americana está crescendo a 3% anualizados e que a ociosidade do trabalho se reduz, tudo indica que o processo de reinflação da economia dos Estados Unidos não levará mais do que um a dois anos a acontecer – pode, inclusive, ser antes – e o período de operação a juros reais negativos fique para trás já no próximo ano ou no seguinte.

Mas como será a operação da política monetária com um banco central que opera com um balanço tão grande?

É possível que o Banco Central americano escolha reduzir muito seu balanço, isto é, vender os títulos longos que estão no seu ativo, numa operação que elevaria o prêmio de duração, como é conhecida a estrutura da curva de juros.

Outra alternativa é que o BC americano trabalhe muito tempo com um balanço expandido. Nesse caso, quando os juros básicos, a taxa dos Fed Funds, subisse, todas as reservas bancárias que estão paradas no seu passivo (e que são de propriedade dos bancos comerciais) seriam empregadas pelos bancos comerciais para expandir o crédito privado, o que pode superaquecer a economia. A alternativa é o Fed recolher essa liquidez. Ou seja, o mercado interbancário americano deixará de ser – como era até a crise – estruturalmente ilíquido e passará a ser estruturalmente líquido.

Este é exatamente o caso do mercado interbancário brasileiro. Basta lembrar que o balanço do Banco Central do Brasil se encontra hoje na casa de 30% do PIB brasileiro, contra 25% aproximadamente do balanço do Fed como proporção do PIB americano. Na prática, se o Fed operar como o BC brasileiro ao longo do processo de elevação dos juros básicos, os prêmios de duração ficarão baixos.

Em suma, o longo processo que temos pela frente de normalização da política monetária americana terá dois elementos: a elevação da taxa básica e a redução do balanço do Fed. O primeiro altera a taxa básica e o segundo, a inclinação da curva.

Leia aqui a íntegra deste artigo, publicado na coluna Ponto de Vista da revista Conjuntura Econômica de dezembro

 

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