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Março de 2024 registrou saldo de 244.315 postos formais - o maior saldo entre os marços dos últimos anos. No acumulado, o saldo do 1º tri de 2024 foi 34% maior do que o do 1º tri de 2023. Demissões a pedido voltam a atingir o pico.

Este informativo analisa os dados mais recentes do Novo CAGED, divulgados pelo MTE, referentes ao mês de março de 2024 e considerando os ajustes declarados fora do prazo. No mês de março de 2024, o Brasil registrou criação líquida (admissões acima de desligamentos) de 244.315 postos formais de trabalho, considerando 2.262.420 admissões e 2.018.105 desligamentos. Conforme se observa no Gráfico 1A, este saldo foi o maior entre os meses de março dos últimos cinco anos, sendo 25,7% maior do que o reportado em março de 2023 (194.372 postos) e 59% maior do que o de mar/21 (153.635 postos).

O resultado agregado positivo superou as expectativas do mercado pelo terceiro mês consecutivo, mantendo a sinalização de alta para o saldo do emprego formal esperado para o ano de 2024. No acumulado, o 1º trimestre de 2024 registrou saldo de 719.033 empregos, sendo 5.903.716 demissões e 6.622.749 admissões. Observa-se que esse saldo foi 33,9% maior do que o acumulado no 1º tri de 2023 (536.869 postos), ficando abaixo apenas do saldo do 1º tri de 2021 (805.658 postos). Vale salientar que o bom desempenho registrado em 2021 estava relacionado à recuperação da pandemia da COVID 19.

Gráfico 1 - Admissões, demissões e saldos – 2020 a 2024 – Brasil.

 Fonte: Elaboração dos autores com base nos microdados do Novo CAGED. Dados com ajustes declarados até mar/24.

Analisando por grandes setores de atividade econômica, o saldo positivo de março de 2024 (244.315) foi puxado principalmente pelos saldos positivos dos Serviços (148.722) e do Comércio (37.493). A Indústria e a Construção geraram, respectivamente, 35.886 e 28.666 postos de trabalho. A Agropecuária foi o único setor a registrar saldo negativo de 6.457 postos formais. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o Comércio (97,2%) e a Indústria (69,8%) apresentaram os maiores crescimentos percentuais, seguidos pelos Serviços (20,8%). A Agropecuária e a Construção apresentaram queda, tendo seu saldo reduzido em 348,4% e 11,8%, respectivamente, conforme mostra a Tabela 1.

Em relação ao acumulado, apenas na Agropecuária o saldo do 1º tri (-51,1%) foi menor do que o do mesmo período do ano anterior (39.423). Comércio, Indústria, Serviços e Construção tiveram aumento de 150%, 61,6%, 24,3% e 16,8%, respectivamente, em relação ao primeiro trimestre de 2023. Além disso, a Indústria vem apresentando ganhos de participação no saldo total nos últimos três anos. No 1º tri de 2022 e 2023, esse setor de atividade foi responsável por 16% e 18% do Saldo enquanto que no 1º tri deste ano contribuiu com 22% para o saldo agregado.

Tabela 1 – Saldos Mensal e Acumulado por Setor de Atividade. Brasil.

Fonte: Elaboração dos autores com base nos microdados do Novo CAGED. Dados com ajustes declarados até mar/24.

Analisando a composição educacional dos empregos gerados (Tabela 2), observa-se que em mar/24 o saldo foi puxado majoritariamente pela contratação de pessoas com Ensino Médio Completo/Superior Incompleto, padrão já existente no mesmo período do ano anterior. O saldo desse grupo educacional passou de 160.439 em mar/23 para 193.801 postos em mar/24, registrando aumento de 20,8%. Além disso, o saldo desse grupo educacional representou 79,3% do saldo agregado de mar/24. Esse percentual em mar/23 foi de 82,5%. Comparado com o mesmo mês do ano anterior, o grupo que apresentou o maior crescimento foi o de pessoas com Superior Completo ou mais, passando de 15.540 para 23.507, ou seja, um aumento de 51,3%, seguido pelo grupo com Fundamental Completo/Médio Incompleto, com 45,5%.

O texto completo pode ser acessado no Observatório da Produtividade Regis Bonelli.

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