Taxa de participação continua abaixo do pré-pandemia, influenciada por transferências de renda
Utilizando-se 73 áreas geográficas da PNAD Contínua, numa regressão em painel, com efeitos fixos local e temporal, encontra-se que o aumento do orçamento do Auxílio Emergencial teve efeito negativo sobre a taxa de participação.
Tem sido observado grande aumento do emprego no Brasil, uma surpresa em relação a expectativas recentes. O número de ocupações cresceu acima do PIB, devido a maiores altas de setores intensivos em emprego, além da redução dos salários, facilitando contratações, como discutido no Boletim de Julho de 2022.
No entanto, apesar de tal performance positiva no mercado de trabalho, a taxa de participação continua pelo menos um ponto percentual abaixo de seu momento anterior à pandemia. O gráfico abaixo mostra as trajetórias distintas de taxa de ocupação e taxa de participação por trimestre desde 2012.
Gráfico 1: Taxa de Participação e Ocupação por Trimestre
Fonte: OECD. Elaboração: FGV IBRE.
O gráfico abaixo mostra a diferença da taxa de participação entre o segundo trimestre de 2022 e 2019 para diversos países, nos quais já há dados disponíveis. Como pode ser visto, há pouco em comum entre os países com diferença positiva e, por outro lado, todos os países com diferença negativa são da América Latina: Colômbia, Chile, Costa Rica e Brasil (sendo que, destes, o Brasil foi o que registrou menor diferença).
Leia aqui o artigo completo na versão digital do Boletim Macro de agosto/2022.
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.
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