Blog do IBRE

O IPCA de maio devolveu o otimismo de que um corte de juros ocorra na reunião de agosto, mais cedo do que se pensava. Os principais grupos do índice tiveram desaceleração, com destaque da alimentação, que registrou estabilidade nos preços em maio.

Em maio, a inflação subjacente continua a desacelerar, os principais núcleos de inflação apurados pelo Bacen cederam em maio. A média dos núcleos passou de 7,62%, em abril para 7,05%, em maio. Além disso, o índice de difusão ficou em 56%, patamar não visitado desde agosto de 2020, quando fora de 55%.

A desaceleração só não foi mais intensa por causa dos aumentos registrados para tarifa de água e tarifa de energia. Mesmo assim, tais aumentos não impediram que a taxa em 12 meses desse grupo ainda se mantivesse negativa, com queda de 0,9%.

Os serviços livres, preços que estão menos sensíveis ao processo de desinflação, apresentaram desaceleração de 1 ponto percentual. A taxa em 12 meses, antes em 7,5% passou para 6,5%, na apuração de maio. As passagens aéreas, cujos preços recuaram 17% mês passado, muito contribuíram para o arrefecimento da inflação neste grupo.

A redução dos preços dos automóveis, apesar de temporária, também ajudará a arrefecer a inflação entre bens duráveis, concedendo mais fôlego à desaceleração da inflação em 2023. 

Como a inflação desacelerou de forma mais generalizada em maio, tendência que foi acompanhada pelos índices que medem a inflação subjacente, retoma-se a discussão sobre quando o Copom fará seu primeiro corte em juros.  

As estimativas para inflação no final do primeiro semestre mostram que o IPCA ficará mais próximo da meta de inflação em junho, quando registrará alta interanual de aproximadamente 3,4%. No final do ano, o IPCA poderá subir 5% estimativa bem abaixo da registrada pelo Boletim Focus no mês passado, a qual ficava acima de 6%.

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