Macroeconomia

Bolsonaro e a taxa de desemprego do IBGE

5 abr 2019

Ganhou manchete dos jornais a reação do presidente Bolsonaro à divulgação do número de desempregados revelados pela PNAD Contínua. No trimestre móvel dez-jan-fev, o número de desempregados chega a 13,98 milhões de pessoas desocupadas. No trimestre móvel nov-dez-jan havia sido 12,669 milhões e no trimestre móvel out-nov-dez, 12,195 milhões. Esse resultado dá a falsa impressão que o governo Bolsonaro criou mais desemprego.

Entretanto, devido à grande sazonalidade do emprego, esses resultados deveriam ser comparados com iguais períodos do ano anterior. Assim procedendo, é possível verificar que nos dois trimestres (nov-dez-jan e dez-jan-fev), o número de desempregados se reduz em 20 e 23 mil pessoas respectivamente.

Vale dizer, o desemprego até o trimestre terminado em dezembro é uma herança maldita do desgoverno do PT/PMDB. Desde 2012, quando registrou 7,1 milhões de desempregados, esse número vem crescendo, em 2015 foi de 8,8 milhões, e logo se tornou, em 2016, 12 milhões; e em 2017 e 2018, 13 milhões. Em 2019, nos primeiros trimestres que incluem trimestres do próprio ano, há uma redução do desemprego.

Para ser um pouco mais preciso, pode-se dessazonalizar a série de pessoas desocupadas iniciada em 2012 e ilustrar através de um gráfico. Nota-se que o desemprego se eleva desde 2014 até seu máximo em março de 2017 e a partir daí lentamente se reduz.

Pode-se concluir que os números revelados pela PNAD Contínua do IBGE estão corretos e são modestamente favoráveis ao governo Bolsonaro. A continuidade de bons e melhores resultados dependerá da capacidade de o novo governo de fazer as reformas necessárias ao retorno do crescimento do PIB de forma a continuar reduzindo o desemprego.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.

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