Cenários

Barômetros Globais e probabilidades de recessão no atual cenário de aperto monetário

21 out 2022

Barômetros Globais se recuperam com reabertura das economias, mas com desafios de suprimento, geopolítica, energia e inflação. Probabilidade de nova recessão é estimada por meio de modelos de mudança markoviana de regimes.

Após alcançarem os menores níveis na pandemia, a recuperação dos Barômetros globais até o momento contou com duas conjunturas: recuperação natural após reabertura da economia concomitante a um desequilíbrio da cadeia de suprimentos; e o início da guerra da Ucrânia que, além de gerar novos desafios geopolíticos e de abastecimento energético, agravou o cenário de inflação em diversos países do globo.

O primeiro caso, que gerou o início da desaceleração dos Barômetros Globais, foi detalhado em artigo publicado no Seção em Foco de setembro de 2021. O cenário mundial, do segundo caso, levou os indicadores coincidentes e antecedentes a caminharem rapidamente para a região desfavorável e sinalizarem franca desaceleração do crescimento econômico global em 2022.

Gráfico 1 – Barômetros Globais Antecedente e Coincidente e PIB Mundial

Fonte: FGV e KOF, Zurique

A magnitude dessa desaceleração coloca em questão a probabilidade de uma nova recessão na maioria dos países. Uma maneira de estimar essa probabilidade é por meio de modelos de mudança markoviana de regimes, que caracterizam endogenamente períodos em termos das probabilidades estimadas para cada regime. Um dos três regimes estimados dessa forma para a série do Barômetro Global Antecedente parece caracterizar bem as recessões observadas na maioria dos países ao longo da série histórica dos Barômetros Globais. Dentre alguns fatores já remanescentes da pandemia, como a situação dos insumos e matérias-primas no mercado mundial que ainda está aquém da normalização, o cenário internacional é marcado pela aguda alta da inflação de alimentos e de energia, sendo esta última fortemente agravada pelo início do conflito no leste europeu. Os preços de energia na Europa e nos Estados Unidos chegaram a marcar altas de mais de 40%, no acumulado de 12 meses, em março de 2022. No gráfico abaixo, vemos as probabilidades estimadas associadas ao regime recessivo, juntamente com a evolução de um índice de preços de energia no período, calculado pelo World Bank Commodity Price Data.


Leia aqui o artigo completo na versão digital do Boletim Macro de outubro/2022.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV. 

Deixar Comentário

To prevent automated spam submissions leave this field empty.