Macroeconomia

Confiança em alta no começo de 2019

6 fev 2019

No começo deste ano, a confiança está em alta, tanto dos consumidores quanto dos empresários. E, percebe-se pelas pesquisas das Sondagens da FGV, que a percepção positiva em relação à economia está melhor agora do que no começo do ano de 2015, quando a ex-Presidente Dilma Rousseff iniciava seu segundo mandato. 

Em janeiro de 2015, o índice de confiança dos consumidores havia recuado 17,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, e o índice de confiança dos empresários,[1] 13,1%. Agora, no primeiro mês do novo governo, a confiança, tanto dos consumidores quanto dos empresários, está maior do que há um ano (8,7 e 4,7%, respectivamente), conforme o Gráfico 1. Já o Gráfico 2 mostra a variação do índice de expectativas, também muito mais favorável agora do que em relação ao período anterior. 

Na Sondagem da Expectativa do Consumidor, há uma pergunta sobre a situação econômica local futura: se, nos próximos seis meses, ela estará melhor, igual ou pior. Também há uma pergunta sobre o emprego local futuro: se, nos próximos seis meses, conseguir emprego estará mais fácil, igual, ou mais difícil. Conforme os Gráficos 3 e 4 mostram, mais de 50% dos respondentes acreditam que a situação econômica nos próximos seis meses estará melhor (contra 17,5% no começo de 2015). Já os que estão pessimistas recuaram de quase 40% para menos de 10%. Se perguntado sobre conseguir emprego nos próximos seis meses, para mais de 45% estará mais fácil, quase três vezes mais do que no começo do governo Dilma 2. Já os que acreditam que será mais difícil são apenas 13%, três vezes menos do que em janeiro de 2015.  

Na pesquisa da Confiança Empresarial, na pergunta sobre a tendência dos negócios (para o futuro), mais de 50% dos respondentes foram na direção positiva (melhor) na pesquisa de janeiro de 2019. No começo de 2015, menos de 30% estavam otimistas. Apenas 5,7% consideram que a tendência dos negócios estará pior daqui por diante, número quase quatro vezes menor do que no início do segundo mantado da ex-presidente Dilma Rousseff. 

Então, pelo menos do lado da confiança e, principalmente em relação ao futuro, as notícias são positivas. Esse aumento da confiança, que também pode ser observado no câmbio, risco e na bolsa (o real se fortaleceu 6%, o CDS de 5 anos recuou 20% e o Ibovespa subiu 11% no primeiro mês do ano em relação ao fim de 2018), somado aos efeitos defasados da política monetária, possivelmente vai ajudar na recuperação da economia, que está sendo lenta e gradual. Depois de crescer por volta de 1% nos anos posteriores da recessão (2017 e 2018), este ano as projeções indicam um crescimento maior, perto de 2,5%. Se a reforma da previdência passar, serão mais notícias positivas no futuro!

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV. 


[1] O Índice de Confiança Empresarial (ICE) agrega os dados das sondagens da Indústria de Transformação, Serviços, Comércio e Construção. Os segmentos cobertos pelas pesquisas representam mais de 50% da economia nacional.

 

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