Dosando o otimismo
IBRE eleva projeção de alta do PIB de 2023 para 0,8% (anterior: 0,3%), mas mantém por ora 0,9% de PIB em 2024. Hiato do produto pode voltar ao terreno negativo, contribuindo para desaceleração da elevada inflação de serviços.
De forma geral, o primeiro quadrimestre de 2023 foi marcado pelamelhora do ambiente para emergentes, com destaque para a América Latina, o Brasil aí incluído. De um lado, porquehouve enfraquecimento do dólar. De outro, porque a China mostrou surpreendente crescimento no primeiro trimestre deste ano (4,5% na comparação anual), devido, em grande medida, à reabertura da economia. Do lado da oferta, o maior impulso veio do setor terciário e, pelo lado da demanda, do consumo das famílias. Consequentemente, os principais países produtores de commodities foram beneficiados, com apreciação de suas respectivas moedas.
Olhando à frente, porém, vê-se a economia mundial entrando em momento de transição, marcado pelo fim próximo do ciclo de aperto monetário nas principais economias, acomodação de parte dos riscos envolvendo o sistema financeiro internacional e a expectativa de razoável desaceleração da atividade econômica. Isso num ambiente em que a inflação permanecerá elevada, limitando o espaço para eventuais cortes nas taxas de juros.
Na China, os dados referentes a marçoe abril mostraram sinais mistos, com crescimento em serviços, mas em ritmo mais moderado, e contração no setor manufatureiro. Nos PMI’s (Purchasing Managers’ Index) do setor manufatureiro de abril, os componentes relacionados às demandas doméstica e internacional voltaram a se contrair. Um ponto que chama atenção é o comportamento do mercado imobiliário, no qual a situação segue bem mais negativa, com desaceleração nas vendas de casas, o que tem contribuído para queda mais acentuada do preço do minério de ferro.
(continua...)
Leia aqui o artigo completo na versão digital do Boletim Macro de maio/2023.
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