Macroeconomia

Indicador de Atividade Econômica do Rio em alta

29 jul 2021

Seguindo o ritmo de crescimento observado neste ano, Indicador de Atividade Econômica do Rio desenvolvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação aponta que economia do município retornaria ao nível pré-crise em setembro de 2021.

Um grave problema para se fazer análises econômicas no nível regional é a grande escassez de dados, principalmente no âmbito municipal. O PIB, calculado pelo IBGE, tanto para Estados quanto para Municípios, é um dado anual, e com uma defasagem de dois anos. Atualmente, o último dado disponível é de 2018.[1] De lá para cá, o mundo já viveu uma pandemia global, que provocou uma recessão mundial, e um começo de recuperação com o processo de vacinação.[2] Além da defasagem ser um problema, a frequência também é, pois o ideal é termos um acompanhamento da atividade econômica trimestral (como o PIB do Brasil), ou até mensal, como diversas pesquisas do IBGE e de outras instituições, inclusive da FGV, como o Monitor do PIB, por exemplo.

No nível estadual, a questão não é tão problemática, pois há dados mensais de atividade econômica. O IBGE divulga dados da indústria, serviços e comércio,[3] e o Banco Central tem o indicador de atividade econômica regional (IBCR) para as cinco regiões do país e para 13 estados.

Buscando suprir essa lacuna para o Município do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS) do Rio elaborou o Indicador de Atividade Econômica do Rio (IAE-Rio), com frequência mensal, para acompanhar o comportamento da economia carioca mais de perto. O IAE-Rio é baseado, principalmente, na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS), divulgado pela Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento (SMFP) do Rio, e em menor peso, na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Estado do Rio de Janeiro, ambas elaboradas pelo IBGE.[4] O IAE-Rio é divulgado, mensalmente, na seção de atividade econômica do Boletim Econômico do Rio, também elaborado pela SMDEIS.   

O IAE-Rio apresenta uma tendência de crescimento nos últimos meses, e acumula uma alta em abril de 2021 de 2,2%, em termos reais, em comparação com o final de 2020. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador cresceu 5,2%. Nos quatro primeiros meses do ano, o IAE-Rio aumentou 0,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. Na comparação com o mês imediatamente anterior, o Indicador de Atividade Econômica do Rio cresceu 0,2%. No acumulado em 12 meses, o IAE-Rio está em tendência de alta, apesar de ainda estar no terreno negativo em função dos últimos meses de queda, por causa da pandemia e seus impactos na economia (-3,1%, nos últimos 12 meses terminados em abril).

Utilizando-se como hipótese manter o ritmo médio de crescimento observado neste ano (0,5%, nas taxas mensais entre janeiro e abril) do IAE-Rio, o indicador voltaria ao mesmo nível pré-crise (fevereiro de 2020) em setembro de 2021 (Gráfico 1).

Em resumo, buscando suprir uma lacuna na análise econômica no nível municipal do Rio, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio elaborou o Indicador de Atividade Econômica do Rio (IAE-Rio), para acompanhar o comportamento da economia carioca em alta frequência. O indicador é divulgado mensalmente no Boletim Econômico do Rio, publicação da SMDEIS sobre a economia do Rio. Mantendo-se o mesmo nível de crescimento deste ano, a economia carioca voltaria ao mesmo patamar pré-crise em setembro de 2021, justamente no mês em que praticamente toda a população carioca já estará vacinada, com pelo menos a primeira dose. Com a aceleração da vacinação, a recuperação da economia, e centenas de projetos que a Prefeitura do Rio, através da SMDEIS e de todas as outras secretarias, vem desenvolvendo, temos convicção que o IAE-Rio vai crescer bastante nos próximos meses e anos! E agora também temos um bom termômetro para poder medir esses avanços! 


As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.  

[2] Ver também “A mais profunda recessão mundial no pós-guerra e seus impactos na economia do Rio”, publicado no Blog do IBRE, por Bulhões e Balassiano (2021). Disponível em: https://blogdoibre.fgv.br/posts/mais-profunda-recessao-mundial-no-pos-guerra-e-seus-impactos-na-economia-do-rio

[3] Dados da indústria para 14 estados, e comércio e serviços, para os 26 estados e o DF.

[4] Dado que a economia carioca representa cerca de metade do PIB fluminense, há alguma relação entre os dados do Estado do Rio de Janeiro e da capital. Ver a Nota Explicativa do IAE-Rio, nas páginas 20 e 21 do Boletim Econômico do Rio. Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/12920667/4332602/BoletimeconomicodoRio_Junho.pdf  

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