Macroeconomia

Quem mais sofreu com a queda de emprego no Brasil no ano de 2020?

10 ago 2021

A pandemia provocou uma forte redução no emprego em 2020. As quedas foram mais intensas na indústria e nos serviços. Além disso, os mais afetados foram os informais, menos escolarizados, os trabalhadores do Nordeste, os mais jovens, as mulheres e os pretos e pardos.

Os eventos associados à pandemia da Covid-19 elevaram de forma extraordinária o nível de incerteza em relação ao desempenho da economia e tiveram impactos negativos sobre a atividade econômica e em especial sobre o mercado de trabalho brasileiro. Em particular, os dados da PNAD Contínua sugerem que após um crescimento médio de 1,7% a.a. entre os anos de 2017 a 2019, o emprego no Brasil recuou em 2020 cerca de 7,9%. Entender os fatores que explicam a forte queda do emprego ajuda a traçar os diagnósticos corretos da situação atual do mercado de trabalho no Brasil.

Diante disso, realizamos nesta nota uma análise sobre quais grupos mais sofreram com a queda de emprego no ano passado. Para isso, iremos analisar os seguintes recortes: setores da economia, tipos de vínculo (formal e informal), grau de instrução, região (com abertura por estados), idade, sexo, cor e raça.

Começaremos a análise mostrando os resultados da queda de emprego em 2020 nos setores da economia, como pode ser visto no Gráfico 1.

Gráfico 1: Taxa de crescimento da população ocupada
nos setores da economia (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Os dados mostram que entre 2017 e 2019 todos os setores tiveram aumento de emprego, com exceção da agropecuária e da construção civil, que recuaram 0,3% a.a. e 0,9% a.a., respectivamente. Os setores de transporte e outros serviços foram os que mais cresceram no período, 3,3% a.a. e 3,4% a.a., respectivamente. No entanto, com a pandemia do coronavírus no ano de 2020, esta situação mudou drasticamente e como podemos notar, a redução de emprego no ano foi generalizada e atingiu praticamente todos os setores da economia. Somente o setor da administração pública e dos serviços de informação apresentaram alta no emprego em 2020 com alta de 4,5% e 4,6% respectivamente. Todos os outros setores sofreram com quedas fortes no número de pessoas ocupadas. Setores importantes como indústria de transformação, construção, comércio, transporte e outros serviços, que concentravam algo próximo de 75% da mão de obra total em 2019, foram particularmente afetados apresentando quedas no emprego de 7,7%, 12,5%, 9,6% 9,5% e 12,1%, respectivamente.

O setor informal que ditou a dinâmica do emprego entre 2017 e 2019, também foi o que apresentou a maior queda na crise de 2020. Os dados mostram que os trabalhadores informais foram particularmente afetados com o avanço da pandemia do coronavírus. Isto pode ser visto no Gráfico 2 que mostra a taxa de crescimento do emprego por tipo de vínculo.

Gráfico 2: Taxa de crescimento da população ocupada
por tipo de vínculo (em %) – Brasil[1]

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Desde o final da recessão de 2014-2016, a contribuição da informalidade para a recuperação do emprego foi muito elevada, destoando inclusive do padrão observado em recessões anteriores.[2] Em particular, os dados sugerem que entre 2017 e 2019 o crescimento médio do emprego informal foi de 2,8% a.a., bem superior ao crescimento de 0,9% a.a. observado no emprego formal.

O avanço da pandemia do coronavírus, no entanto, levou a uma forte destruição do emprego informal, ainda mais elevada do que a observada no emprego formal. Em 2020, por exemplo, enquanto que no emprego informal houve um recuo de 12,6%, no emprego formal a queda foi bem menor (-4,2%).

Esta forte queda do emprego informal está associada ao recuo no emprego dos trabalhadores que trabalham por conta própria e não possuem CNPJ e principalmente os que trabalham sem carteira assinada (Gráfico 3). Em particular, após crescer 2,6% a.a. entre 2017 e 2019, o emprego dos trabalhadores por conta própria e que não possuem CNPJ recuou 10,3% em 2020. Já o emprego dos trabalhadores do setor privado que não tem carteira de trabalho assinada, que cresceu 4,2% a.a. entre 2017 e 2019, recuou 16,5% no ano de 2020. Desta forma, percebe-se que o setor “mais flexível” da economia foi justamente o que mais se ajustou nos anos recentes.

Dentre as categorias apresentadas no Gráfico 3, as únicas cujo o emprego cresceu em 2020 foram Militares e Servidores Públicos (6,9%) e Conta Própria que possuem CNPJ (10,1%). A elevação do emprego nestas categorias, aliadas a redução mais baixa no emprego dos trabalhadores que trabalham com carteira de trabalho assinada (-7,8%), ajudaram a contribuir para amenizar a queda observada no emprego formal. O emprego de militares e servidores públicos não possuem relação direta com a atividade econômica. No entanto, o crescimento dos trabalhadores por conta própria formalizados tem relação próxima com a atividade econômica. Este crescimento no ano de 2020 pode estar relacionado com um processo de “pejotização” crescente na economia[3].

Os trabalhadores com carteira de trabalho assinadas tiveram uma menor queda relativa na comparação com os demais grupos na pandemia. Neste sentido, o Programa Emergencial de Proteção do Emprego e da Renda (BEM) deve ter tido impacto positivo, evitando uma maior redução dos postos de trabalho. Em particular, de acordo com Ministério da Economia, no ano passado o BEM teria beneficiado cerca de 10,2 milhões de trabalhadores.

Gráfico 3: Taxa de crescimento da população ocupada
por tipo de vínculo (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Outra característica marcante desta pandemia foi o grande impacto negativo nas ocupações de escolaridade mais baixa. O Gráfico 4 mostra a taxa de crescimento do emprego por nível educacional.

Gráfico 4: Taxa de crescimento da população ocupada
por grau de instrução (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Conforme podemos notar, entre 2017 e 2019 as únicas categorias educacionais que apresentaram aumento no emprego foram as que compreendem os trabalhadores com ensino médio completo e superior incompleto (3,4% a.a.) e ensino superior completo (6,3% a.a). Neste mesmo período, os trabalhadores menos escolarizados já estavam sofrendo com perdas no emprego, de modo que redução no grupo que compreende os trabalhadores sem instrução e fundamental incompleto foi de 3% a.a. e no grupo que compreende trabalhadores com ensino fundamental completo e ensino médio incompleto foi de 0,7% a.a.

Com o avanço da pandemia, a única categoria na qual não houve queda no emprego foi a que compreende trabalhadores com ensino superior completo (elevação de 5,5%). Os trabalhadores de baixa escolaridade foram particularmente afetados, com redução de 17,1% e 14,8% no emprego de pessoas sem instrução e com ensino fundamental incompleto, e pessoas com ensino fundamental completo e ensino médio incompleto, respectivamente.

A forte queda de emprego entre os trabalhadores menos escolarizados mostra que o ajuste no emprego tem ocorrido em cima dos trabalhadores menos produtivos desde a crise iniciada em 2014. Em particular, esta queda forte do emprego dos menos escolarizados pode estar associado à sua grande dificuldade de inserção na força de trabalho e a de adaptação ao avanço de tecnologias que favorecem os trabalhadores mais qualificados, como o aumento do trabalho remoto, reforçando ainda mais a necessidade de capacitação da mão de obra para o mercado de trabalho.[4]

Os resultados apresentados até aqui, tem sido discutido em detalhes no Observatório da Produtividade Regis Bonelli. Daqui em diante iremos analisar a queda no emprego a partir de outras óticas que tem sido pouco explorada. Começaremos mostrando quais foram as regiões mais afetadas pela queda de emprego no ano de 2020.

Gráfico 5: Taxa de crescimento da população ocupada por região (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Podemos notar que entre 2017 e 2019 o emprego vinha crescendo de forma mais forte no Centro Oeste, Norte e Sudeste, com elevações de 2,5% a.a., 2,1% a.a. e 2% a.a., respectivamente e de forma menos intensa na região Sul (1% a.a.) e no Nordeste (1,1%a.a.). No entanto, com o avanço da pandemia foi possível notarmos em 2020 uma queda generalizada do emprego no país, sendo mais intensa nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro Oeste (-10%, -8,8% e -6,4%, respectivamente) e atingindo em menor magnitude a região Norte (-3,4%) e Sul (-5%).

Dada a relevância da análise, no Gráfico 6 apresentamos a variação do emprego em cada um dos estados brasileiros.

Gráfico 6: Taxa de crescimento da população ocupada por estado (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Em particular, na região norte os estados que mais sofreram com a queda de emprego foram Rondônia (-6,6%) e Roraima (-5,9%). No Nordeste a maior queda de emprego ocorreu no estado do Ceará (11,3%), seguido da Bahia (-10,8%), Piauí (-10,7%), Pernambuco (-10,6%) e Paraíba (-10,5%). No Sudeste, estados como o Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram quedas no emprego de 10,3% e 8,8%, respectivamente. Na região Sul, o estado que mais sofreu com queda de emprego foi o Rio Grande do Sul que apresentou um recuo de 7,1% e no Centro-Oeste, as maiores quedas ficaram por conta do Mato Grosso do Sul (-8,2%), Goiás (-7,5%) e Distrito Federal (-6,5%).

Outra forma de analisar a queda do emprego é a partir da ótica dos grupos etários. O Gráfico 7 mostra a variação da população ocupada por faixas etárias.

Gráfico 7: Taxa de crescimento da população ocupada por grupo etário (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Os dados mostram que o grupo etário no qual o emprego mais cresceu entre 2017-2019 foi o que compreendia trabalhadores com 40 anos ou mais de idade (elevação de 3% a.a.). No caso dos mais jovens, o emprego ou estava crescendo muito pouco, como foi o caso dos trabalhadores com idade entre 18 e 24 (alta de 0,2% a.a.) e com idade entre 25 e 39 (alta de 0,7% a.a.), ou estava apresentando queda forte como foi o caso dos trabalhadores com menos de 18 anos (-3,1%). Este resultado mostra que mesmo nos anos anteriores à crise os trabalhadores com menos experiência estavam tendo dificuldades de inserção no mercado de trabalho.

A situação ficou ainda pior em 2020 com todos os grupos etários tendo redução de emprego e a queda sendo mais pronunciada para os trabalhadores mais jovens do que para os mais velhos. Em particular, houve redução de 26,2% no emprego dos trabalhadores com menos de 18 anos, redução de 16,1% no emprego dos trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos, redução de 10,4% no emprego de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos de idade e redução de 3,2% no emprego dos trabalhadores com 40 anos de idade ou mais. Os dados mostram que parte importante do ajuste no mercado de trabalho foi com a demissão de trabalhadores relativamente menos experientes e escolarizados, ou seja, os menos produtivos.

Além disso é de extrema importância analisar a dinâmica do emprego a partir da sua separação por gênero.

Gráfico 8: Taxa de crescimento da população ocupada por gênero (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

O Gráfico 8 mostra que o emprego das mulheres estava crescendo de forma mais robusta que o dos homens entre 2017 e 2019. Em particular, neste período houve avanço de 2,3% a.a. no emprego das mulheres e 1,2% a.a. no emprego dos homens, refletindo um aumento na participação das mulheres no mercado de trabalho, cujo peso no total do emprego passou de 42,5% em 2012 para 43,9% em 2019.

Em 2020, no entanto, com o avanço da pandemia houve uma redução bem mais pronunciada no emprego das mulheres (-8,9%), quando comparado com a queda observada no emprego dos homens (-7,1%). Esta queda mais acentuada no emprego feminino, comparativamente com os homens, fez com que as mulheres perdem participação no total do emprego, de modo que em 2020 este número recuou 0,4 pontos percentuais, passando para 43,5%.

Em particular, esta redução mais pronunciada no emprego das mulheres pode ser explicada pela elevada participação feminina em atividades do setor de serviços (cerca de 85% do total do emprego das mulheres), em especial no setor de outros serviços (que inclui serviços prestados às famílias e serviços domésticos, dentre outras atividades) e cujo emprego recuou muito.

Por fim, iremos analisar a dinâmica do emprego a partir da ótica por cor e raça. O Gráfico 9 mostra os resultados desta análise.

Gráfico 9: Taxa de crescimento da população ocupada por cor e raça (em %) – Brasil

Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

Os dados revelam que o emprego da categoria de pretos e pardos estava crescendo de forma mais robusta que a dos brancos e amarelos entre 2017 e 2019. Em particular, neste período houve avanço de 2,6% a.a. no emprego dos pretos e pardos e de apenas 0,5% a.a. no emprego dos brancos e amarelos. Este crescimento mais robusto no emprego dos pretos e pardos pode estar associada a elevada informalidade presente neste grupo, e cujo crescimento foi determinante para o aumento do emprego neste período. Em 2020, no entanto, com o avanço da pandemia houve uma redução bem mais pronunciada no emprego dos pretos e pardos (-9,9%), quando comparado com a queda observada no emprego brancos e amarelos (-5,3%).

Por fim, é importante mencionar que a redução mais pronunciada no emprego de grupos mais vulneráveis acabou por gerar uma mudança na composição da mão de obra, com impactos diretos sobre o rendimento médio do trabalho. Isto pode ser visto no Gráfico 10, a seguir, que mostra a decomposição da variação do rendimento médio habitual e do rendimento médio efetivo em dois componentes: efeito nível e efeito composição. Nesta análise estamos considerando como base os grupos educacionais descritos ao longo deste texto. [5]

Gráfico 10: Decomposição da variação do rendimento
(em relação ao mesmo trimestre do ano anterior) – Brasil

            Elaboração do FGV IBRE com base nos dados da Pnad Contínua/IBGE

A decomposição apresentada no gráfico 10 mostra que o nível dos salários caiu para a renda habitual cerca de 3,8% e teve queda ainda mais pronunciada na renda efetiva com recuo de 6,9% na comparação do primeiro trimestre de 2021 com o primeiro de 2020. Isso significa que os salários sofreram redução significativa no período em função da fragilidade do mercado de trabalho.[6]

No entanto, houve uma mudança na composição do mercado de trabalho de modo que a perda de emprego dos grupos menos escolarizados em 2020, que recebem salários menores, provocou uma mudança de composição do emprego, tornando-o mais escolarizado. Isso contribui bastante para a elevação do rendimento habitual em 2020 e impediu que a queda do rendimento efetivo fosse ainda maior, tendo em vista que o efeito nível foi muito negativo, sugerindo assim redução generalizada no rendimento de cada um dos grupos educacionais.[7] Desta forma, o retorno gradual do emprego pode vir acompanhado de redução dos rendimentos durante a recuperação da economia nos próximos meses, a medida que os trabalhadores de rendimentos mais baixos voltem para o mercado de trabalho.


[1] Definimos os informais como sendo o grupo de trabalhadores que trabalham sem carteira assinada, os empregadores sem CNPJ, os que trabalham por conta própria sem CNPJ e categoria de trabalhador familiar auxiliar.

[2] Veloso, Matos e Peruchetti (2020) detalharam o comportamento do emprego informal e formal, bem como sua contribuição para o crescimento do emprego ao longo das recessões desde meados da década de 1990. Os autores concluíram que o padrão recente de recuperação do mercado de trabalho, caracterizado pelo aumento expressivo da informalidade, é diferente do verificado em outros períodos de recuperação da economia. Para maiores detalhes acesse o texto no link: https://ibre.fgv.br/sites/ibre.fgv.br/files/arquivos/u65/padrao_de_recuperacao_do_emprego_apos_a_ultima_recessao_e_sua_relacao_com_a_produtividade_do_trabalho_final_16032020.pdf

[3] Esta análise é especulativa e deve ser tema de estudos futuros.

[4] Este tópico foi tema de discussão no FGV IBRE cujo material foi publicado pelo Jornal Valor Econômico e pode ser acessado pelo link: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/06/04/nem-20-tem-infraestrutura-para-home-office.ghtml. A reportagem mostra que, entre os que terminaram o ensino superior, o potencial de teletrabalho chega a 62,4% dos trabalhadores, ou 52,9% quando ajustado pela existência de uma infraestrutura mínima de trabalho que inclui acesso à energia, internet e computador. Para quem terminou o ensino médio, mas não concluiu um curso superior, os percentuais são de 23,7% e 14,8%. Já Os trabalhadores menos escolarizados são os mais desfavorecidos no quesito, tendo em visto que somente 6,5% entre os que possuem fundamental incompleto podem realizar o trabalho a distância, mas só 1,5% possui a infraestrutura para tanto.

[5] Nesta decomposição o efeito nível mede contribuição das mudanças de renda em cada um dos grupos analisados e o efeito composição mede a contribuição da mudança na participação relativa desses grupos no emprego total.

[6] Em particular, no primeiro trimestre de 2021, comparado com o mesmo período do ano passado, houve redução tanto da renda habitual quanto da renda efetiva em todos os grupos educacionais, com exceção do que compreende trabalhadores com ensino fundamental incompleto e médio completo cuja renda habitual apresentou um ligeiro avanço.

[7] Este resultado está em linha com o encontrado por outros pesquisadores. Para maiores detalhes acesso o texto proposto por Daniel Duque, pesquisador do IBRE , disponível em https://blogdoibre.fgv.br/posts/renda-do-trabalho-tem-trajetoria-negativa-por-categoria-ocupacional-nos-ultimos-anos-o-que-e e o texto elaborado pelo IPEA disponível em  https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/210408_cc_51_nota_4_retrato_dos_rendimentos.pdf. Em ambos casos, os autores exploraram em detalhes as possíveis causas do aumento de renda em 2020.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.  

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