Macroeconomia

Revista Conjuntura Econômica: Alguns poupam muito, mas mal, no Brasil

12 jun 2018

O Brasil investe pouco e poupa menos ainda. É fato sabido. A poupança nacional bruta decresceu significativamente nos últimos anos e caiu para nível tão baixo quanto o verificado na década de 90. Em 2016, a taxa de poupança global caiu para 13,9% do PIB. Quase metade da taxa média mundial, de 24,5% do PIB, segundo o Banco Mundial,1  que também relaciona 137 países e o Brasil despenca para a 111a posição. Muito mais atrás se comparado a outras economias emergentes, como China e Rússia (49% e 23% do PIB), abaixo até da média dos países da América Latina (17%).

Se o Brasil poupa muito pouco, surpreende que o mesmo não vale para os brasileiros (famílias). Na verdade, o que derruba a taxa nacional são os outros setores da economia – em particular, o governo com despoupança. As famílias poupam 6,8% do PIB (2014), taxa que se alterou sensivelmente depois da última revisão das Contas Nacionais.2 Um indicador mais representativo é comparar a poupança com a renda disponível das famílias: aquela mudança metodológica elevou em mais de 40% o índice – em 2009, quando se mediu pelos dois métodos, se verificou um salto de 6,5% para 9,2%. 

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.

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