No último mês, foram divulgados os microdados da Pnad Contínua Anual, do IBGE, referentes ao ano de 2019. Diferentemente dos da Pnad Contínua Trimestral, em que os dados de rendimentos são relativos apenas ao universo do trabalho, aqueles trazem consigo informações a respeito de todas as fontes de rendimentos que um indivíduo pode vir a ter.
A desigualdade tem sido um tema recorrente desde quando, durante o início da recessão de 2015 e 2016, se tem registrado um aumento da disparidade de renda no Brasil, que ainda não mostrou tendência de reversão, apesar da melhoria do ambiente econômico nos últimos anos. No entanto, ao calcular tais indicadores, normalmente se assume que todos os indivíduos em um período sofrem de uma mesma tendência de aumento de preços (como o IPCA).
O Brasil atravessa seu mais longo processo de alta da desigualdade de renda até aqui. Desde 2015, o Índice de Gini da Renda do Trabalho Domiciliar per capita tem demonstrado contínua trajetória de aumento, muito explicada pela recessão e ascendente desemprego que atingiram o país desde então. O Gráfico 1 demonstra a evolução do mesmo indicador, desde o primeiro trimestre de 2012 até o segundo de 2019.
Desde o começo do século XXI até anos recentes, o Brasil tem demonstrado uma acentuada e consistente redução em praticamente todos seus indicadores de desigualdade de renda. De lá para cá, diversos estudos foram feitos a fim de se entender como se deu tal fenômeno digno de comemoração.