Cesar Zucco

Ph.D. em Ciência Política e professor associado da FGV-EBAPE. Ele é autor de diversos artigos acadêmicos sobre eleições, ideologia, partidos políticos e políticas públicas publicados nos principais periódicos internacionais da área e co-autor do livro Partisans, Antipartisands, and Non-Partisans, lançado recentemente pela Cambridge University Press. 

O PT e a “mobilização dos organizados”

O sistema eleitoral brasileiro favorece uma orientação personalista da política, em detrimento dos partidos. As regras do sistema, particularmente a lista aberta, o grande número de cadeiras legislativas em disputa em cada estado (i.e., “alta magnitude”) e o modo de financiamento prevalente pelo menos até o último ciclo eleitoral reforçam-se mutuamente, fazendo com que haja uma prevalência do candidato sobre o partido. Nada mais natural, dessa forma, que candidatos se preocupem sobretudo em cultivar suas próprias reputações e imagens pessoais. 

Petistas e antipetistas: PT domina a cena das preferências partidárias no Brasil

Desde o final dos anos 1990, o Datafolha inclui em seus levantamentos de opinião pública nacional a pergunta "qual é o seu partido político de preferência?".  A Figura, abaixo, foi produzida compilando diversos desses estudos, e retrata a evolução (médias móveis) das preferências partidárias do eleitorado brasileiro desde a redemocratização do país. Nesse período, o apoio ao PMDB, que já foi de mais de 15%, caiu para ao redor de 4%.

Em termos ideológicos, de quantos partidos o Brasil precisa?

Desde pelo menos os anos 90, o Brasil tem sido a democracia com o maior número de partidos parlamentares já registrado na história das democracias modernas. De forma ainda mais impressionante, o número efetivo de partidos tem crescido de forma mais ou menos constante desde então.  Numa analogia não muito técnica, poderíamos dizer que o Brasil apresenta uma hiperinflação de partidos. 

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