Laísa Rachter

Pesquisadora da área de Economia Aplicada do IBRE-FGV. Atualmente, desenvolve pesquisas sobre a inserção de mulheres no mercado de trabalho e sobre os impactos de políticas públicas no bem estar das famílias. Laísa é Doutora em economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE), Mestre em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Bacharel em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Ocupações em ascensão e em declínio no Brasil

As ocupações que mais têm crescido no Brasil nos últimos anos são as relacionadas aos serviços, tais como “outros vendedores” (16,3% a.a.) e “vendedores de rua e postos de mercado” (11% a.a.). Embora “dirigentes de TI” e “especialistas em base de dados” estejam entre as dez que mais cresceram, ainda temos uma parcela muito pequena de trabalhadores em ocupações de TI.

Igualdade de gênero traz benefícios também para a economia

O aumento da participação das mulheres na força de trabalho foi uma das maiores revoluções ocorridas na economia de inúmeros países nos últimos 50 anos. No Brasil, por exemplo, a proporção de mulheres no total de pessoas ocupadas cresceu de 19,8% para 41,7% entre 1970 e 2020. O crescimento da participação das mulheres na força de trabalho foi ainda maior em ocupações de alta qualificação, passando de 8,3% para 53,6% nas últimas cinco décadas quando consideramos as cinco ocupações com maiores salários na economia.

A informalidade do mercado de trabalho: “Economia GIG” ou precarização do trabalho? (Parte I)

A lenta recuperação da economia brasileira tem sido acompanhada de forma persistente por níveis recordes de trabalhadores informais na economia. A população ocupada, que soma mais de 90 milhões de pessoas, tem quase metade dos seus trabalhadores empregados sem carteira assinada ou como trabalhadores por conta própria sem CNPJ. Segundo os dados da PNAD contínua para setembro de 2019, esse contingente representa 41,8% da população ocupada (mais que 39 milhões de trabalhadores).

O prêmio do rendimento no setor formal

Na seção Em Foco deste mês, comparamos os rendimentos dos trabalhadores formais e informais de diferentes grupos de renda para estimar o prêmio salarial associado ao trabalho formal. Também avaliamos como esse prêmio mudou antes e depois da crise de 2014. Para isso, utilizamos os microdados da PNAD Contínua entre o segundo trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2014.[1] 

Quem são os desalentados no Brasil?

Entre o segundo trimestre de 2014 e o quarto trimestre de 2016 o Brasil enfrentou um longo período de recessão (11 trimestres) com perda acumulada 8,2% do PIB[1] de acordo com dados do Comitê de Datação de Ciclos Econômico (CODACE).  O mercado de trabalho continuou a se deteriorar mesmo após o fim da recessão, tendo a taxa de desemprego começado a cair moderadamente só a partir do segundo trimestre de 2019.

Subscrever Laísa Rachter