Manoel Pires

Coordenador do Observatório de Política Fiscal do FGV/IBRE e pesquisador da UnB. Foi Coordenador de Política Fiscal na SPE entre 2008 e 2010 e Chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento em 2015.

O ajuste possível 4: Despesas com pessoal, desajuste nas regras fiscais e corporativismo no setor público

A despesa com pessoal, incluindo os inativos, representa 22% do total das despesas do Governo Federal e é o segundo item mais importante de despesa, respondendo por R$ 257 bilhões. Segundo estudo dos economistas Gobetti e Orair (2016)[1], considerando as três esferas de governo, a despesa com a folha chega a 14,5% do PIB.

O ajuste possível 3: O debate sobre o salário mínimo

Dando continuidade ao debate fiscal, um elemento importante na determinação da dinâmica previdenciária, assistencial e trabalhista é a política de reajustes do salário mínimo, pois afeta aproximadamente 68% dos benefícios previdenciários, o que corresponde a R$ 275 bilhões, e indexa as políticas de emprego (abono e seguro desemprego) e os benefícios assistenciais da LOAS. A política do salário mínimo, portanto, afeta 30% de toda a despesa primária federal, ou R$ 383 bilhões.

O ajuste possível 2: Alguns elementos para o debate sobre a previdência

No meu texto anterior afirmei que alguns temas são extremamente importantes para o país e que devem ser objeto de debate na sociedade para a formação das prioridades do próximo governo a ser eleito. Vou iniciar pelo que acredito ser o item mais importante dessas reformas em função dos vários efeitos sobre a sociedade brasileira que é a reforma da previdência.

O ajuste possível

O governo federal vem tentando equilibrar a política fiscal desde 2015 e na medida em que a reforma da previdência fica mais distante, mais um capítulo se encerra. O governo ainda tem algumas medidas de ajuste de curto prazo, mas que também vão cada vez mais fazendo parte do passado. Neste ano, portanto, completamos um ciclo de quatro anos de um processo muito difícil e desgastante para todos.

O debate econômico não precisa de espantalhos

O principal trabalho de um economista é buscar a dimensão correta das questões econômicas envolvidas em um determinado problema. Uma contribuição recente dentro desse espírito foi realizada por Bráulio Borges do IBRE que fez um exercício para avaliar qual o efeito das circunstâncias externas à política econômica na recessão de 2014-16.

A armadilha da busca de receitas extraordinárias a qualquer custo

O governo federal anunciou que terá que mudar a meta fiscal neste e no próximo ano. A promessa atual é estabilizar o déficit fiscal em R$ 159 bilhões durante este mandato. Nos últimos anos, esse enredo tem se repetido, mas este ano ficou mais claro junto à opinião pública a importância da queda das receitas na recessão e que o recurso à obtenção de receitas extraordinárias para preencher parte desta perda possui limites.

Por que o BC ficou atrás da curva: Taxa de juros natural e o atual ciclo monetário

No dia 11 de junho, o Ibre/FGV organizou um debate sobre conjuntura econômica, o segundo do ano. Naquela oportunidade manifestei a opinião de que a política monetária ficou atrás da curva e que isso poderia estar jogando contra a recuperação. Este é um bom espaço para desenvolver esse argumento. Para isso vou aproveitar a recente publicação de Barbosa, Camelo e João (2016).

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