Manoel Pires

Coordenador do Observatório de Política Fiscal do FGV/IBRE e pesquisador da UnB. Foi Coordenador de Política Fiscal na SPE entre 2008 e 2010 e Chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento em 2015.

Por que a recuperação tem sido a mais lenta de nossa história?

Introdução

A atual crise econômica brasileira não encontra paralelo na história do país. Depois de dois anos consecutivos, 2015 e 2016, de forte contração do PIB, e outros dois, 2017 e 2018, de baixo crescimento, a economia encontra-se praticamente estagnada e flertando com a volta da recessão neste ano de 2019.

Como resolver a crise dos Estados?

O Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), em parceria com o Jornal Valor Econômico, organizou no dia 6 de maio um seminário sobre a crise financeira dos Estados, em Brasília, com título análogo ao deste artigo. Neste evento, estiveram presentes dois ex-Ministros da Fazenda, quatro Secretários de Fazenda e vários outros técnicos e especialistas para debater as alternativas disponíveis para resolver a crise dos Estados em um debate bastante propositivo.

Efeitos fiscais da queda da taxa de juros no Brasil

Existe um importante debate sobre a conveniência de retomar um novo processo de flexibilização monetária na economia brasileira, posição sobre a qual tenho me manifestado favoravelmente. Mais importante, acredito que, pelo cenário atual, existem condições para que a taxa de juros permaneça baixa por um período longo, o que deve abrir espaço para novas reformas no desenho do sistema financeiro brasileiro constituído a partir de uma realidade de juros e inflação elevados.

A macroeconomia em um novo patamar de juros

A tentativa de entender o fenômeno das taxas de juros no Brasil sempre foi motivo para debates acalorados. A última rodada dessa discussão ocorreu em 2017 por ocasião de um provocativo artigo escrito por André Lara Resende, que gerou uma série de contribuições de vários economistas. A maior contribuição do artigo, a meu ver, foi trazer de volta um debate importante que havia ficado em segundo plano.

Como o cenário macroeconômico afetou a previdência social?

Todo o ano, na primeira quinzena de abril, o governo encaminha para o Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que define as regras para a elaboração e execução do orçamento do ano seguinte. Normalmente, o foco do PLDO está na definição das metas de resultado primário.

Mas o PLDO possui uma série de informações relevantes sobre o estado das finanças públicas, como projeções previdenciárias (do setor público e privado), análise de sustentabilidade da dívida pública e dos benefícios assistenciais e trabalhistas.

A desoneração da folha funciona para reduzir o desemprego?

Em macroeconomia existem três tipos de crise com determinantes, mecanismos de transmissão e efeitos variados: crises externas, financeiras e fiscais. De certa forma, a economia brasileira atravessou essas três crises ao mesmo tempo. Como cada uma dessas crises tem seu próprio processo de dissipação, a recuperação brasileira tem sido extremamente lenta.

Dilemas da política de reservas internacionais

Nos últimos dias voltou para o debate a ideia de usar as reservas internacionais como forma de reduzir a dívida pública. Depois de causar muita inquietação, a ideia foi refinada para ser utilizada em uma situação hipotética em que a taxa de câmbio atingisse patamares de R$/US$ 4,5 ou R$/US$ 5,0. Esse é um assunto delicado e que merece uma reflexão mais abrangente que é o objetivo desse artigo.

Despesas discricionárias e shutdown da máquina pública: algumas implicações para a política fiscal

Recentemente, vários analistas e institutos de pesquisa alardearam que as projeções fiscais estão apontando para um cenário em que a máquina pública pode entrar em shutdown. A Instituição Fiscal Independente (IFI), por exemplo, afirmou que a máquina pública pode se tornar inviável a partir de 2021, quando as despesas discricionárias atingiriam um patamar entre R$ 75-80 bilhões.

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