Manoel Pires

Coordenador do Observatório de Política Fiscal do FGV/IBRE e pesquisador da UnB. Foi Coordenador de Política Fiscal na SPE entre 2008 e 2010 e Chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento em 2015.

É um erro desfazer todas as políticas no meio da crise

No final do ano passado, a expectativa de vacina criou esperanças de que a crise pudesse entrar na sua fase final. A dificuldade com a vacinação em escala global era previsível, no entanto. Faltam insumos para produção na escala necessária, existem problemas diplomáticos e logísticos. No Brasil, a imprudência governamental nos coloca no final da fila e a melhor previsão possível é que atinjamos um bom índice de imunização no final do semestre.

Recuperação, investimentos públicos e regras fiscais

O PIB do 3º trimestre registrou recuperação, mas insuficiente para compensar o tombo do primeiro semestre. A retomada da economia é composta de uma parte automática porque as restrições de mobilidade foram eliminadas e de uma parte que reflete a enorme quantidade de estímulos monetários e fiscais. A posição atual situa-se 3,9% abaixo do mesmo período do ano anterior e no mesmo nível de março de 2011.

Governo deve interpretar a segunda onda no exterior

Ao longo das últimas semanas vários países europeus adotaram medidas restritivas em função da segunda onda de coronavírus. O número de novos casos é muito superior ao que observamos na primeira onda, mas o número de internações hospitalares e mortes, por sua vez, crescem mais lentamente. As medidas restritivas adotadas até o momento são menos agressivas caracterizando, por enquanto, maior preocupação com suas repercussões econômicas.

Aspectos políticos e econômicos da ampliação dos programas de transferência de renda no pós-pandemia

O consenso político atual passa pela ampliação dos programas de transferência de renda para as pessoas mais vulneráveis e esse é o ponto de partida para qualquer assunto relevante de natureza política e econômica daqui para a frente.

O novo regime fiscal na pandemia

O teto de gastos foi instituído por meio de Emenda Constitucional em 2016 determinando as despesas primárias do Governo Federal deveriam crescer à taxa de inflação. A lógica é aristotélica: com a despesa crescendo pela inflação e o PIB se recuperando depois da crise de 2015-16, a despesas como proporção do PIB cairiam e o resultado primário cresceria até que a dívida se tornasse sustentável. Essa lógica teve um efeito psicológico sobre as expectativas.

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