Manoel Pires

Coordenador do Observatório de Política Fiscal do FGV/IBRE e pesquisador da UnB. Foi Coordenador de Política Fiscal na SPE entre 2008 e 2010 e Chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento em 2015.

Não precisamos de um Plano Biden, apenas de um Plano

Há muita preocupação com o crescimento econômico no pós-pandemia. A preocupação é justificada, pois o Brasil ainda não havia se recuperado da crise anterior. O baixo crescimento da economia brasileira é um fenômeno que preocupa desde os anos 1980. As causas desse fenômeno são objetos de intermináveis discussões que polarizam e não conseguem organizar uma agenda econômica robusta.

Jogos fiscais

O processo orçamentário no Brasil é um jogo de conflitos e interesses que leva as partes envolvidas a adotarem várias estratégias em busca de um equilíbrio. Muitos analistas trataram dos números, dos problemas e os instrumentos possíveis para uma eventual solução, mas pouco se falou sobre as questões realmente substantivas que criaram o problema e criam condições para a solução.

Um conto orçamentário de Natais passados

O ano era 2010. O país havia sido bem-sucedido no combate à crise financeira apresentando crescimento excepcional e inflação controlada. É importante ter a dimensão histórica: foi a primeira vez que o país adotou políticas para mitigar os efeitos da crise e saíra fortalecido, fato comemorado na famosa capa da revista The Economist em que o Cristo Redentor decolava.

Explorando os gatilhos da Emenda Constitucional emergencial

O Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional da emergência fiscal na última semana. Ainda existem dúvidas sobre o alcance de todos os dispositivos, pois em um texto constitucional não é possível ser exaustivo o que cria dúvidas que serão sanadas com o tempo. Neste artigo, me proponho a analisar com mais detalhes o funcionamento dos gatilhos.

É um erro desfazer todas as políticas no meio da crise

No final do ano passado, a expectativa de vacina criou esperanças de que a crise pudesse entrar na sua fase final. A dificuldade com a vacinação em escala global era previsível, no entanto. Faltam insumos para produção na escala necessária, existem problemas diplomáticos e logísticos. No Brasil, a imprudência governamental nos coloca no final da fila e a melhor previsão possível é que atinjamos um bom índice de imunização no final do semestre.

Recuperação, investimentos públicos e regras fiscais

O PIB do 3º trimestre registrou recuperação, mas insuficiente para compensar o tombo do primeiro semestre. A retomada da economia é composta de uma parte automática porque as restrições de mobilidade foram eliminadas e de uma parte que reflete a enorme quantidade de estímulos monetários e fiscais. A posição atual situa-se 3,9% abaixo do mesmo período do ano anterior e no mesmo nível de março de 2011.

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