Fernando de Holanda Barbosa Filho

Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-IBRE) desde 2006. Formado na Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1998, com mestrado em Economia pela Escola da Pós-Graduação de Economia da Fundação Getulio Vargas (EPGE-FGV) em 2001 e pela New York University (NYU) em 2005 e PhD em Economia pela New York University (NYU) em 2006. Foi secretário Adjunto de Política Econômica em 2015. Seus trabalhos recentes focam em mercado de trabalho, produtividade, capital humano, desenvolvimento e crescimento econômico.

Ocupações em ascensão e em declínio no Brasil

As ocupações que mais têm crescido no Brasil nos últimos anos são as relacionadas aos serviços, tais como “outros vendedores” (16,3% a.a.) e “vendedores de rua e postos de mercado” (11% a.a.). Embora “dirigentes de TI” e “especialistas em base de dados” estejam entre as dez que mais cresceram, ainda temos uma parcela muito pequena de trabalhadores em ocupações de TI.

Com queda na margem, produtividade do trabalho começa a se aproximar da trajetória anterior à pandemia

A recuperação do mercado de trabalho tem ocorrido por meio de ocupações informais e pela volta dos trabalhadores menos escolarizados. Isto contribui para que ocorra uma volta ao padrão de baixo crescimento da produtividade observado no período anterior à pandemia. 

O país do futuro e o casamento com a mediocridade

A economia brasileira encontra-se estagnada desde a década de oitenta. Com base nos dados do IBGE, após se expandir de forma sistemática a uma taxa de 7,1% ao ano entre 1950 e 1980, o PIB nacional cresceu entre 1980 e 2017 a uma taxa média de 2,2% ao ano. Entre 1950 e 1980 a renda per capita doméstica dobrava a cada 17 anos, com crescimento médio de 4,4% ao ano. Entre 1980 e 2017, a renda per capita expandiu-se a vergonhosos 0,7% ao ano, taxa pela qual levaria cerca de 100 anos para dobrar o PIB per capita.

Problemas estruturais persistem, e é preciso discutir tabus como estabilidade e isonomia

O ano de 2018 começa com vários sinais positivos na economia. As estimativas apontam crescimento de 1% em 2017 (acima do que se imaginava há seis meses) e aceleração para a faixa dos 3% em 2018. O desemprego, que atingiu mais de 14 milhões de brasileiros em março de 2017, com uma taxa de 13,7%, caiu para 12% em dezembro e esta tendência de queda deve se manter ao longo de 2018.

Críticos estão equivocados: reforma trabalhista deve reduzir precarização do trabalho

A reforma trabalhista aprovada em 13 de julho entra em vigor no dia 11 de novembro. A reforma adotou mudanças na CLT que vinham sendo debatidas há bastante tempo no Congresso, como, por exemplo: a prevalência no negociado sobre o legislado (PL 4193/2012) e a terceirização (PL 4330/2004).

Lógica política versus racionalidade econômica no reajuste do salário mínimo

O número de empregados que, no mercado de trabalho, recebiam um salário mínimo saltou de 5,2 milhões de pessoas em 1998 para 9,0 milhões em 2015, com base nos dados da PNAD. Há adicionalmente 20,8 milhões de pessoas que recebem benefícios de previdência (rural ou urbana) e transferências (BPC-LOAS) no valor do mínimo. Ou seja, atualmente, cerca de 30 milhões de pessoas recebem exatamente um salário mínimo, o que corresponde a cerca de 20% do eleitorado nacional.

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