Luiz Guilherme Schymura

Doutor em Economia pela EPGE da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ex-presidente da Anatel, hoje é o diretor do FGV IBRE.

Duas visões distintas sobre o risco inflacionário do pacote de Biden

A economia norte-americana deve ter forte recuperação em 2021, segundo a maioria das previsões, depois de recuar 3,5% em 2020, resultado bem melhor do que as projeções em meados do ano passado. Em relação a 2021, na ponta mais otimista, o Goldman Sachs prevê crescimento de 6,8% este ano. A média das estimativas é de 4,5%, segundo a revisão recente do Survey of Professional Forecasters, uma espécie de Focus dos EUA.

Recessão e retomada de 2020 invertem padrão de ciclos econômicos do passado

A pandemia da Covid-19 provocou uma recessão mundial e posterior retomada com padrões totalmente diversos das oscilações econômicas do passado. Com a quarentena e o isolamento social, o surto do novo coronavírus atingiu muito mais o setor de serviços do que a indústria, e quase não teve efeito na agropecuária. Com base nos processos de contrações anteriores da economia brasileira, esta Carta procura trazer elementos que ajudem a entender a recessão atual.
 

É preciso enfrentar os desafios social e fiscal neste início de ano

O Brasil chega em 2021 mais enredado do que nunca nas complexidades e contradições de múltiplas expectativas e demandas. É preciso voltar a crescer, mas também há que se responder a uma teia cada vez mais ampla de direitos democráticos em temas como saúde, segurança, transporte de qualidade, meio ambiente, combate ao racismo, empoderamento feminino, reconhecimento de identidades de gênero etc.
 

O difícil alinhamento de expectativas dentro da sociedade brasileira

As sociedades produzem equilíbrios entre os seus múltiplos agentes sociais, econômicos e políticos com vistas a atender minimamente às expectativas e manter funcionando as formas de cooperação essenciais à vida em complexas coletividades. Esses equilíbrios, porém, costumam ser instáveis, pois são mutáveis não só os acordos entre os diversos atores, mas também as próprias expectativas que os alimentam. 

Apesar do nó fiscal, ainda é possível acertar o rumo da economia

É quase lugar-comum dizer que a situação fiscal brasileira no final de 2020 e início de 2021 é crítica. Basta comparar as projeções do FGV IBRE para indicadores fiscais em 2020 com os resultados de 2019. O déficit primário do governo central e do setor público consolidado devem saltar de, respectivamente, 1,2% e 0,9% do PIB para 12% e 12,5%.

Renda cidadã, teto dos gastos e muitas dúvidas

A pandemia da Covid-19, como tratado nas últimas Cartas do IBRE, provocou mudanças importantes, e provavelmente duradouras, na paisagem política e nas percepções sobre a questão social no Brasil.

Frente ao novo quadro, ficou evidente uma grande lacuna no arcabouço de proteção social: dezenas de milhões de trabalhadores informais cuja renda, consumo e padrão de vida são jogados à sorte das flutuações econômicas.

A nova agenda do país: não é possível voltar ao pré-pandemia

O Boletim Macro do FGV IBRE divulgado em 20/2/2020, ou seja, há apenas seis meses, sugeria para 2020 crescimento de 2,2% do PIB, tendência de queda da taxa de desemprego – em janeiro, ela estava em 11,2% – e déficit primário do governo central de algo próximo a 1% do PIB no ano fechado. Diante do quadro descrito à época, a dívida bruta encerraria 2020 abaixo de 80% do PIB.
 

A morte de Floyd, a onda de levantes populares e a busca por um diagnóstico

O mundo inteiro chocou-se com o vídeo de oito minutos no qual o policial branco Derek Chauvin pressionou com o joelho o pescoço do cidadão negro George Floyd, ambos norte-americanos, até que este último morresse, em Minneapolis, a principal cidade do estado de Minnesota. O fato, ocorrido em 25 de maio, levou a uma onda gigantesca de protestos, que se iniciaram nos Estados Unidos, mas acabaram por se estender para os mais diversos países.

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