Luana Miranda

É mestre em Economia pela FGV/EPGE com dissertação na área de Macroeconometria. Atualmente, é pesquisadora do IBRE/FGV, com foco em atividade econômica brasileira. Cursa doutorado em Economia na FGV/EPGE.

Análise do impacto da recessão argentina sobre o crescimento brasileiro

Desde meados de 2018, a indústria brasileira enfrenta um ciclo de reversão da tendência positiva iniciada a partir do fim da última recessão. Além das notórias fragilidades estruturais, o setor também enfrentou uma série de choques conjunturais no período recente, como a greve dos caminhoneiros, o início de uma profunda recessão na Argentina, a elevada incerteza política originada pelas eleições presidenciais em 2018, guerra comercial entre EUA e China, o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho e o enfraquecimento do crescimento global.

Condições financeiras favoráveis alicerçam o aquecimento recente da demanda doméstica

Após um início de ano desanimador com a notícia de que o PIB do primeiro trimestre havia retraído 0,2%, especulações a respeito de uma possível recessão técnica começaram a pipocar na mídia. Alguns analistas chegaram a apostar em um crescimento abaixo de 0,8% para este ano, o que seria equivalente a um crescimento inferior a 0,3% por trimestre. A despeito do pessimismo que tomou o mercado no período, mantivemos nosso cenário de crescimento beirando 1,2% neste ano, o qual sustentamos até hoje.

Indicador de Atividade Econômica do Banco Central confirma cenário de crescimento previsto pelo FGV IBRE

O Indicador de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br) registrou crescimento de 2,1% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior e 0,4% em relação a agosto. De acordo com os dados, o terceiro trimestre termina com avanço de 1% na comparação interanual e 0,9% ante o segundo trimestre. O resultado é ligeiramente mais positivo do que o esperado pela mediana dos analistas de mercado, porém está em conformidade com os resultados setoriais divulgados pelo IBGE para o mês de setembro.

Crise econômica na Argentina tirou 0,2 p.p. do PIB brasileiro em 2018 e pode tirar 0,5 p.p. neste ano

Desde meados do ano passado, a economia argentina enfrenta graves dificuldades. A partir do segundo trimestre de 2018, o cenário internacional tornou-se mais desafiador: houve piora das condições financeiras globais, normalização da política monetária no mundo, piora das condições de liquidez internacional, fortalecimento do dólar e consequente perda de apetite pelo risco de emergentes.

Choque na indústria extrativa mineral e safra ruim podem tirar 0.4 p.p. do PIB no segundo trimestre

Os motivos do frágil e lento processo de recuperação da economia brasileira no pós-recessão tem sido o principal tema de debate entre os economistas. De acordo com as nossas projeções, o PIB deve crescer apenas 1.1% pelo terceiro ano consecutivo. Algumas hipóteses complementares ajudam a explicar esse crescimento muito aquém do desejado, como a incerteza elevada, a necessidade contenção dos gastos públicos, falta de atratividade do investimento e choques negativos de oferta.

Impacto da redução da produção da Vale sobre a atividade econômica

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), no dia 25 de janeiro, gerou impactos imensuráveis sobre a vida humana e ambiental, e os prejuízos provocados ficarão marcados na história do país. Além disso, a tragédia também implicará em perdas econômicas, uma vez que a empresa anunciou uma redução da produção de minério de ferro na ordem de 92,8 milhões de toneladas por ano, volume equivalente a 23,2% das 400 milhões de toneladas previstas para serem produzidas em 2019 antes do desastre.

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