Octavio Amorim Neto

Doutor em Ciência Política pela Universidade da Califórnia, campus de San Diego (1998); Mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (1991); Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1987). Professor da EBAPE/FGV

A questão militar no pós-Bolsonaro

Para todos aqueles preocupados com a democracia e a defesa nacional, é deprimente verificar que a agenda política brasileira tem sido marcada, nos últimos meses, por um intenso debate em torno da possibilidade de um golpe militar ou de uma extremamente controversa intervenção das Forças Armadas, ao abrigo do Artigo 142 da Carta Magna, nos conflitos entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal.

O orçamento da defesa de 2020: de um desequilíbrio a outro

As contas públicas de 2019 encerraram o ano com um déficit R$ 10,5 bilhões acima do esperado. Porém, em dezembro, foram aportados R$ 7,6 bilhões à EMGEPRON para a construção de quatro corvetas para a Marinha. Havia a expectativa, dentro do próprio governo, de que a estatal receberia aquele valor ao longo dos próximos anos, e não todo de uma vez. Além disso, o presidente Bolsonaro proibiu que o orçamento para o Ministério da Defesa (MD) seja contingenciado em 2020.

As táticas de Lula e o fim da direita envergonhada

No dia 8 de novembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi solto após 580 dias de prisão na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. A soltura do ex-presidente foi decorrência direta da decisão tomada, no dia anterior, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual um réu só pode ser preso após o trânsito em julgado, revogando, portanto, a jurisprudência que, desde 2016, havia possibilitado a prisão logo após a condenação em segunda instância.

A estratégia minoritária de Bolsonaro

Passados quase nove meses desde a posse de Bolsonaro, não há mais dúvida a respeito da estratégia minoritária de governo implementada pelo presidente. São duas suas dimensões fundamentais: a decisão de não formar uma maioria legislativa estável, conquanto não se dispensem maiorias ocasionais e, agora, se tente formar uma base de aliados fiéis; e um modo de comunicação com a população que apela, quase que exclusivamente, a nichos específicos do eleitorado e, enfaticamente, exclui outros.

Cenários para as relações Bolsonaro-Militares

Tidos como um dos pilares do atual governo, quase todos os militares de alta patente que atuam no Palácio do Planalto foram duramente insultados, nas últimas semanas, pelas alas radicais do bolsonarismo com acesso desimpedido ao ouvido presidencial. Jair Bolsonaro – ex-capitão do Exército e, hoje, comandante-em-chefe das Forças Armadas – não se solidarizou com os generais que servem à sua gestão.

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