Ana Maria Castelo

Mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP), onde também atuou como pesquisadora. Desde 2010 é coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getulio Vargas/IBRE onde comanda e desenvolve estudos e análises setoriais. Também é coeditora da Revista Conjuntura da Construção, publicação trimestral conjunta do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e da FGV. É responsável pela divulgação do INCC-M e da Sondagem da Construção da FGV. É professora da disciplina Economia da Construção no curso de MBA da Construção da FGV.

Construção: expectativas melhoraram, mas atividade ainda cresce lentamente

Os sinais positivos da atividade da construção estão vindo de todos os lados – PIB, emprego, vendas de imóveis, produção e vendas de materiais de construção. O crescimento está refletindo, em grande parte, o aumento das obras e reformas realizadas diretamente pelas famílias e pequenos empreiteiros, mas também decorre da atividade empresarial.

Construção ainda distante de um novo boom

A Sondagem da Construção, realizada pela FGV/IBRE com as empresas do setor, vem acompanhando o ciclo setorial. Mais precisamente, parte dele, aquela referente à atividade empresarial. Os indicadores que resultam da percepção do empresário sobre seus negócios no momento corrente e suas expectativas já refletiram tanto a fase de maior crescimento, quanto o pior momento do setor. Assim ajudam a entender também o momento atual e a responder à pergunta: há uma recuperação em curso?

Expectativas com o MCMV se reduzem

Semestralmente, desde junho de 2015, a Sondagem da Construção tem introduzido alguns quesitos especiais para as empresas participantes dos programas governamentais Minha Casa Minha Vida (MCMV) e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com esses quesitos, é possível avaliar a evolução dos negócios e as perspectivas, assim como diferenciar a percepção dessas empresas daquelas que estão fora dos programas. Ou, em última análise, apontar se os programas estão contribuindo para melhorar o cenário setorial.

A construção digital parte 2

Em março último, a Sondagem da Construção incluiu algumas questões relativas ao Building Information Modeling (BIM), com o objetivo de verificar o conhecimento e uso da tecnologia entre as empresas da construção. O tema foi tratado neste post no Blog do Ibre, publicado em abril. A pesquisa foi realizada novamente em setembro, com novas questões, desta vez buscando saber quais as fases de uso, assim como as razões para a não utilização da tecnologia.

A (lenta) retomada do mercado imobiliário

Em maio, o Índice de Confiança da Construção (ICST), livre de influências sazonais, registrou alta de 0,4 ponto em relação a abril. No segmento de Edificações Residenciais, o indicador subiu 1 ponto. Na comparação interanual, a alta foi de mais de 10 pontos para o indicador das empresas do segmento residencial, enquanto o índice Geral subiu 8,3 pontos.

O pior já passou na construção, mas incerteza persiste

A maioria dos empresários da Construção é uníssona: o pior momento do setor já passou. O gráfico abaixo, Índice de Confiança da Cadeia de Produção, do setor da Construção[1], sinaliza que o “fundo do poço” aconteceu em abril de 2016[2].

Mesmo com nível sendo o mais baixo entre as outras sondagens, o setor começou a “despiorar” desde então.

Construção: uma luz no fim do túnel?

A estabilidade do PIB da construção no terceiro trimestre alimentou as expectativas de que tenha chegado ao fim a crise que atingiu o setor e contribuiu para trazer a taxa de investimento do país para meros 16% do PIB – o PIB setorial (da construção) encolheu 24% entre o primeiro trimestre de 2014 e o terceiro de 2017.

Mas em que medida o resultado do terceiro trimestre pode ser entendido como o início de um movimento consistente de recuperação?

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