Fernando Veloso

PhD em Economia pela University of Chicago. Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro e professor da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da FGV/RJ. Pesquisador associado do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da FGV/RJ. Autor de diversos artigos publicados em revistas acadêmicas nacionais e internacionais nas áreas de crescimento e desenvolvimento econômico, educação e políticas públicas. Foi coorganizador dos livros “Causas e Consequências da Informalidade no Brasil” e “Anatomia da Produtividade no Brasil. É colunista do Broadcast.

A proposta do Senado para reduzir o spread bancário

Semana passada a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um importante relatório do Grupo de Trabalho criado este ano para elaborar propostas de redução do spread bancário, coordenado pelo Senador Armando Monteiro. O foco do documento são os efeitos produzidos pelas inovações tecnológicas que induzam o aumento da competição no mercado financeiro.

Uma nova proposta de reforma da Previdência

As escolhas de Paulo Guedes para compor a nova equipe econômica revelam sua estratégia de usar as privatizações como parte integral do plano de ajuste fiscal. De fato, quando se leva em consideração que somente no governo federal existem cerca de 150 empresas estatais, a aceleração das concessões e venda de ativos pode não somente dar importante contribuição para o ajuste fiscal, mas também aumentar a eficiência na prestação de serviços públicos.

Crise fiscal dos estados não tem fim à vista

Em encontro com os novos governadores na semana passada, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu dividir com estados e municípios parte da arrecadação que será obtida com o leilão do excedente da cessão onerosa do pré-sal, cujo valor total estimado é de cerca de R$ 100 bilhões. Em troca, os governadores dariam apoio para a aprovação da reforma da previdência.

O tempo da economia e o tempo da política

Após um segundo turno durante o qual a crise fiscal ficou à margem do debate, a situação dramática das contas públicas está de volta à ordem do dia. Para que a trajetória da dívida pública seja estabilizada, é necessário um ajuste fiscal de cerca de 5 pontos percentuais do PIB. O teto de gastos produz essa economia ao longo de dez anos, mas não se sustenta sem uma reforma significativa da previdência.

Por onde começar as reformas?

Desde 1980, a produtividade do trabalho no Brasil ficou praticamente estagnada. Esse fato foi de certa forma mascarado pelo bônus demográfico, que permitiu que a renda per capita aumentasse a uma taxa bem superior à da produtividade.

Com o fim do bônus demográfico este ano, anunciado recentemente pelo IBGE, a única forma de aumentar a renda per capita nas próximas décadas será elevando a produtividade do trabalhador brasileiro.

Para onde vai a taxa de juros internacional?

Este artigo foi originalmente publicado pelo Broadcast da Agência Estado em 21/09/18.

Embora tenha mantido a Selic inalterada em 6,5%, o Banco Central sinalizou que a taxa básica de juros poderá subir em caso de piora do cenário para a inflação ou do balanço de riscos. Este último, por sua vez, depende das expectativas sobre a continuidade das reformas e da evolução do cenário externo para as economias emergentes.

A controvérsia sobre as causas da concentração na economia americana

A conferência recente do Fed em Jackson Hole teve como tema o aumento da concentração na economia americana e seus efeitos sobre a política monetária. Esse é um tópico bastante controverso, cujas implicações se estendem ao debate sobre o baixo crescimento da produtividade e a elevação da desigualdade salarial nos Estados Unidos. Vários indicadores mostram que a concentração aumentou de forma generalizada na economia americana nas últimas três décadas. No comércio varejista, por exemplo, a participação das 4 maiores empresas no total de vendas subiu de 15% para 30%. Outros setores também tiveram aumento expressivo da concentração, como o setor financeiro (aumento de 24% para 35%) e utilidade pública e transportes (alta de 29% para 37%).

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