Armando Castelar

Coordenador de Economia Aplicada do FGV IBRE e Professor do IE/UFRJ. Castelar é Ph.D. em Economia pela University of California, Berkeley, mestre em Estatística (IMPA) e Administração de Empresas (COPPEAD), e Engenheiro Eletrônico pelo ITA. É membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República e do Conselho Empresarial de Economia da FIRJAN e escreve colunas mensais para os jornais Valor Econômico e Correio Braziliense. 

A Volta da Velha Senhora

Após três anos em que não preocupou muito, a inflação voltou com tudo à mesa dos brasileiros em 2020. Este ano ela vai retornar com ainda mais intensidade às manchetes, virando um tema central no debate econômico. Isso não apenas no Brasil, mas também nos EUA e, quem sabe, globalmente. E o debate não se restringirá às altas mais salgadas de preços, mas também se estenderá a como as autoridades monetárias reagirão a elas, assim como às implicações disso para os mercados financeiros.

Heterogeneidade, volatilidade e incerteza

O jogo e as regras continuam os mesmos, mas as peças começam a se mover em novas direções, provocando a mudança de cenários. Em relação à crise sanitária, o ritmo de vacinação vem se tornando o principal determinante do quanto e de quando as economias vão se recuperar este ano. Enquanto isso, do outro lado do tabuleiro, os governos vêm calibrando os estímulos fiscais e monetários, conforme a atividade aos poucos retorna ao patamar pré-pandemia, ainda que mais vigorosamente em alguns setores do que em outros.

A Nação como resposta?

Há algum tempo me pergunto sobre como faremos para sair da crise. Falo em crise, no singular, mas na verdade são muitas crises. Há a da saúde, a da política, a da falta de saneamento básico e, claro, a econômica: segundo os analistas de mercado, este ano o PIB vai contrair 6,5% [o artigo foi escrito em junho/2020], milhões de trabalhadores ficarão sem emprego e as contas públicas arriscam entrar em trajetória explosiva.

À espera das vacinas

O ano começa com a superposição de variáveis de grande impacto operando em sentidos opostos. De um lado, com efeito contracionista, há a segunda onda da pandemia, que leva vários governos a reinstituirem restrições à atividade econômica e os consumidores a conterem sua demanda por serviços. De outro, há o início do processo de vacinação e a perspectiva de forte expansão nas duas maiores economias do mundo.

A “onda azul” e o Brasil

A  vitória democrata nas duas eleições para o Senado ocorridas esta semana no estado da Georgia era uma possibilidade, mas não era o cenário central de investidores e analistas em geral. É o que se depreende da reação dos mercados financeiros. É mais um fator a tornar tão peculiar a eleição americana de 2020, que só este mês, se espera, chega ao fim.

Progresso nas vacinas contra Covid-19 é sinal positivo, mas desafios domésticos persistem

As últimas semanas foram marcadas por intensa oscilação no humor dos mercados financeiros. No âmbito internacional, contribuíram para esse comportamento o desfecho da eleição nos EUA, a divulgação de resultados promissores nos testes de algumas vacinas contra a Covid-19 e o recrudescimento da pandemia, em especial na Europa.

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