Armando Castelar

Coordenador de Economia Aplicada do FGV IBRE e Professor do IE/UFRJ. Castelar é Ph.D. em Economia pela University of California, Berkeley, mestre em Estatística (IMPA) e Administração de Empresas (COPPEAD), e Engenheiro Eletrônico pelo ITA. É membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República e do Conselho Empresarial de Economia da FIRJAN e escreve colunas mensais para os jornais Valor Econômico e Correio Braziliense. 

O risco de insolvência do governo pressiona os mercados

Depois de três meses de forte reação positiva à surpresa de quão intensos foram os estímulos monetários e fiscais dados pelos governos de diferentes países, em especial nos EUA, o mercado de ativos financeiros começou a andar de lado. Isso pode ser visto tanto no mercado acionário americano (SP 500), europeu (STOXX 600) e brasileiro (IBOVESPA), como na taxa de câmbio (DXY e R$ / US$), por exemplo, que há meses oscilam em intervalos estreitos ou, pelo menos, não muito largos.

Recuperação econômica continua no segundo semestre, mas se espera uma solução fiscal

A economia mundial segue se recuperando, apesar de o ritmo de contágio pelo coronavírus se manter em um patamar elevado, ainda que estável. Desde meados de julho, a média de novos casos diários tem ficado em torno de 250 mil no mundo, com a queda nos EUA e no Brasil sendo compensada pela aceleração em alguns países europeus e na Índia, que se tornou o novo epicentro mundial da Covid-19, com cerca de 100 mil novos casos diários.

Recuperação em curso, mas gradual e com muitas dúvidas e riscos

Na maioria dos países, o pior da crise de saúde pública e na economia parece ter ficado para trás. Em que pesem alguns focos localizados, como no Sul dos EUA, o número de novos casos parou de crescer e o de mortes vem caindo, conforme melhoram os protocolos hospitalares e se identificam novos tratamentos contra a Covid-19. Há também boas notícias quanto à busca de uma vacina, ainda que essa não deva estar disponível em larga escala este ano, mesmo no melhor dos cenários.

Retomada em meio à incerteza

No último mês, a pandemia começou a dar sinais de estar sendo controlada nos países desenvolvidos, com exceção de alguns estados americanos. Nos países desenvolvidos, os governos têm avançado com o processo de reabertura da economia, ainda que mantendo medidas preventivas para reduzir o risco de novas ondas de contaminação. Ao mesmo tempo, os fortes estímulos monetários e fiscais iniciados em março têm contribuído para evitar uma recessão mais profunda e prolongada.

Luz no fim do túnel?

Aos poucos vão se somando os sinais de que a pandemia do coronavírus está sendo controlada em nível global. Não se questiona que são altos os totais de casos confirmados -- quase 5 milhões de pessoas – e de mortes -- caminhando para  350 mil. Porém, tanto um quanto outro têm crescido abaixo de 2% ao dia na última semana, sendo que estas taxas seguem caindo.

O maior desafio global desde a Segunda Guerra Mundial

Poucas vezes no passado houve um nível tão alto de incerteza, só comparável à apreensão com que a sociedade vê a crise de saúde pública se aprofundar. A velocidade com que o vírus se espalha, aqui e lá fora, é incomparavelmente maior que a capacidade de se produzirem indicadores de seus impactos sobre a economia. A dificuldade de prever o tamanho da epidemia, e de aferir o seu impacto sobre a economia, torna quase impossível projetar para onde vão o nível de atividade e outros indicadores econômicos este ano.

Uma nova rodada de incerteza – Boletim Macro Ibre-Fevereiro 2020

Após um início de ano um pouco mais promissor, novos desafios para a economia mundial emergiram. Depois de meses de desaceleração na atividade global, em especial na indústria de transformação, surgiram sinais mais nítidos de estabilização da atividade econômica mundial, reduzindo-se o risco de uma recessão global em 2020. Adicionalmente, a assinatura da Fase 1 do Acordo entre EUA e China foi um passo importante para reduzir o risco global.

Das boas às más notícias

No final de 2016, eu estava preocupado com uma mudança no ambiente externo que impactasse negativamente os emergentes. Vários riscos me incomodavam.

Na campanha que levou Donald Trump à vitória nas eleições presidenciais americanas, em novembro de 2016, ele prometera um amplo pacote fiscal, com desonerações tributárias e aumento de gastos. Em uma economia que já parecia muito próxima do pleno emprego, isso faria os juros subirem mais e mais rápido, valorizando o dólar, uma evolução sempre desfavorável para os emergentes.

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