Silvia Matos

Recuperação em curso, mas gradual e com muitas dúvidas e riscos

Na maioria dos países, o pior da crise de saúde pública e na economia parece ter ficado para trás. Em que pesem alguns focos localizados, como no Sul dos EUA, o número de novos casos parou de crescer e o de mortes vem caindo, conforme melhoram os protocolos hospitalares e se identificam novos tratamentos contra a Covid-19. Há também boas notícias quanto à busca de uma vacina, ainda que essa não deva estar disponível em larga escala este ano, mesmo no melhor dos cenários.

Retomada em meio à incerteza

No último mês, a pandemia começou a dar sinais de estar sendo controlada nos países desenvolvidos, com exceção de alguns estados americanos. Nos países desenvolvidos, os governos têm avançado com o processo de reabertura da economia, ainda que mantendo medidas preventivas para reduzir o risco de novas ondas de contaminação. Ao mesmo tempo, os fortes estímulos monetários e fiscais iniciados em março têm contribuído para evitar uma recessão mais profunda e prolongada.

Produtividade total dos fatores apresenta queda de 1,7% no primeiro trimestre de 2020

Com o fim do bônus demográfico, a única forma de aumentar a renda per capita do Brasil nas próximas décadas será por meio da elevação da produtividade. Por isso, discussões sobre este tema ganham cada vez mais importância no meio acadêmico e entre os formuladores de política econômica.

Com o avanço da pandemia do coronavírus, produtividade do trabalho recua 1% no primeiro trimestre de 2020

A recente divulgação, por parte do IBGE, das Contas Nacionais Trimestrais e dos dados da Pnad Contínua, permitiu o cálculo do indicador trimestral de produtividade do trabalho do IBRE/FGV.[1] Os indicadores do primeiro trimestre de 2020 apontaram para uma forte redução do nível de atividade econômica, com queda do valor adicionado de 0,2% em relação ao primeiro trimestre de 2019 e de 1,6% em relação ao quarto trimestre de 2019.[2

Luz no fim do túnel?

Aos poucos vão se somando os sinais de que a pandemia do coronavírus está sendo controlada em nível global. Não se questiona que são altos os totais de casos confirmados -- quase 5 milhões de pessoas – e de mortes -- caminhando para  350 mil. Porém, tanto um quanto outro têm crescido abaixo de 2% ao dia na última semana, sendo que estas taxas seguem caindo.

Pandemia do coronavírus agravou mais ainda a situação de uma década que começou a ser perdida em 2014

Diante da escalada de eventos nos últimos meses associados à pandemia do coronavírus, o nível de incerteza em relação ao desempenho da economia tem se elevado de forma extraordinária e seus impactos irão gerar distorções sem precedentes na história do país. De fato, nos últimos meses, as projeções de atividade econômica para o ano de 2020 pioraram drasticamente. A ideia, de três meses atrás, de que a economia cresceria em torno de 2% não existe mais.

Mercado de trabalho já começa a sentir os primeiros impactos da pandemia do coronavírus

Diante da escalada de eventos nos últimos meses associados à pandemia do coronavírus, o nível de incerteza em relação ao desempenho da economia tem se elevado de forma extraordinária e terá impactos sem precedentes na história do país. De fato, as projeções para o ano de 2020 são de forte queda no nível de atividade econômica e grande aumento do desemprego.

O maior desafio global desde a Segunda Guerra Mundial

Poucas vezes no passado houve um nível tão alto de incerteza, só comparável à apreensão com que a sociedade vê a crise de saúde pública se aprofundar. A velocidade com que o vírus se espalha, aqui e lá fora, é incomparavelmente maior que a capacidade de se produzirem indicadores de seus impactos sobre a economia. A dificuldade de prever o tamanho da epidemia, e de aferir o seu impacto sobre a economia, torna quase impossível projetar para onde vão o nível de atividade e outros indicadores econômicos este ano.

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