A cena externa tornou-se mais desafiadora para o Brasil desde a última divulgação do Boletim Macro: a curva de juros americana andou para cima, o dólar se valorizou, o petróleo subiu de preço e o apetite pelo risco de “emergentes” diminuiu. Tudo isso é ruim para o Brasil, que terá de conviver com inflação e juros mais altos e confiança e crescimento mais baixos.

A edição do Boletim Macro IBRE de novembro tem como destaque as incertezas que permeiam o cenário econômico e político neste fim de ano e no próximo.

Nos últimos meses a inflação, medida pelo IPCA, está vindo abaixo das projeções de mercado consistentemente. Na última divulgação, o IPCA registrou queda de 0,23%, um valor inferior ao previsto pelo mercado de 0,19% (Bloomberg).

A inflação está controlada, os juros caem e há sinais, ainda que tímidos e incertos, de retomada. A situação fiscal, entretanto, continua muito complicada. No curto prazo, o déficit primário é elevado e não dá sinais de queda significativa. No front estrutural, aproxima-se a hora da verdade da votação em plenário da reforma da Previdência, com o risco de serem aprovadas mudanças muito diluídas em relação à proposta que foi ao Congresso.