Claudio Considera

Doutor em Economia (UFF), mestre em Economia (UnB), pós-graduado em Análise Econômica (CENDEC/IPEA) e graduado em Economia (UFF). Foi chefe das Contas Nacionais do IBGE (1986-1992), Diretor do IPEA (1992-1998) e Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (1999-2002). Atualmente coordena o Núcleo de Contas Nacionais (NCN) da FGV IBRE, sendo um dos autores do Monitor do PIB-FGV e do IAE-FGV.

O consumidor deve ter voz e voto no Cade

A economia política nos ajuda a explicar por que, a despeito de a política antitruste no Brasil ter sido implantada desde 1994 e modernizada em 2011, ela nem sempre foi focada nos objetivos tradicionais da teoria que enfatiza a eficiência econômica e o bem-estar do consumidor. Ajuda também a explicar por que o receio de que seu quadro de juízes (o plenário do CADE), com duas raras exceções, não necessite ser “capturado” pelos processados, já que são por eles próprios nomeados.

A soberania do consumidor e o cadastro (im)positivo

O governo, através do Ministério da Fazenda, está patrocinando o projeto PLP 414/2017, que trata do cadastro positivo, tornando a participação do consumidor obrigatória. Os envolvidos na articulação do projeto de lei lembram que o cadastro positivo já existe, mas por ser optativo teve adesão de apenas 5 milhões de consumidores.

Ínicio da retomada pode se reverter

O Brasil está há nove dias praticamente parado. Os caminhoneiros, ao paralisarem o transporte e bloquearem estradas, estão causando transtornos ao processo produtivo de forma generalizada. Há perdas na agropecuária, na Indústria, nos Serviços. Com isso, o PIB brasileiro terá seu valor de maio substancialmente reduzido, com diversos reflexos sobre o valor de junho e os demais meses de 2018.

A poupança brasileira e de uma amostra de países

A taxa de poupança brasileira, aqui definida como a relação poupança bruta/renda disponível bruta,[1] oscilou entre 14 e 19,7% (média de 17,4%) durante o período 2000-2015, na série retropolada (backcasting).[2] No agregado, esta série não apresentou diferenças significativas da série antiga quando se comparam os mesmos períodos (2000-2009) de ambas, como pode ser visto no Gráfico 1 abaixo.

E la nave va!

A pouco mais de um mês de se terem os resultados fechados da atividade econômica do ano passado ainda pairam dúvidas sobre a magnitude do inesperado crescimento do PIB em 2017. Sua taxa, provavelmente, será superior ao 1% até recentemente previsto pelos analistas econômicos. Adicionalmente, quando o IBGE anunciar em março esse resultado do PIB de 2017, as taxas de crescimento atualmente previstas para 2018, que rondam os 3%, tenderão a se elevar, a despeito de toda a confusão eleitoral que teremos durante este ano.

Quem diria?

Há um ano e meio o Brasil atravessava uma turbulência política e uma recessão sem precedentes, com grave ameaça de retorno a taxas de inflação de dois dígitos, que em maio de 2016 era de 9,3%. Quem diria que haveria, ano e meio depois do impeachment de Dilma, analistas econômicos reclamando que o Banco Central exagerou e reduziu demais (abaixo da meta) a taxa de inflação.

De onde vem nossa crença no Estado onisciente?

Em excelente artigo publicado no jornal Valor Econômico em 5 de maio, Armando Castelar Pinheiro, utilizando-se do ferramental de Yuval Harari em "Sapiens: Uma breve história da humanidade", atribui o sucesso do homo sapiens em relação a outros homos que o antecederam ou que com ele conviveram à sua capacidade de compartilhar narrativas imaginadas e tratá-las como se realidade fossem. 

O legado da irresponsabilidade

Em livro recentemente lançado, Claudia Safatle, João Borges e Ribamar Oliveira detalham os bastidores da crise econômica que mergulhou o país na pior recessão de sua história. Esta recessão, que se iniciou no segundo trimestre de 2014, segundo o Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos com sede na Fundação Getúlio Vargas, prossegue sem sinais claros de reversão.

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