Samuel Pessoa

Samuel de Abreu Pessoa. Físico e professor de economia, é pesquisador do FGV IBRE e sócio diretor do Julius Baer Family Office.

Liquidez excessiva sem inflação – o caso americano

Após a crise das hipotecas tóxicas – crise do subprime – que estourou com a quebra do Lehman Brothers em setembro de 2008, os bancos centrais do mundo desenvolvido elevaram muito a liquidez nas economias. Apesar da grande expansão da liquidez, a inflação não surgiu.

Alguns analistas argumentam que a ausência de inflação após toda a enxurrada de liquidez indica que os princípios da teoria monetária se alteraram.

Lentidão da retomada

O crescimento – projetado pelo IBRE – de 1,1% em 2019 (revisto para 1,2% após o PIB crescer 0,4% no terceiro trimestre deste ano), frustrou as expectativas.1 Como já afirmei, em dezembro de 2018 esperávamos crescimento para 2019 de 2,4%. Não foi pequena a decepção. Caminhamos para três anos seguidos de retomada com crescimento anual de 1%. Tudo indica que esse é nosso potencial de crescimento. Assim, poderíamos ser pessimistas quanto ao crescimento em 2020.

Qual será o novo contrato social?

O período da socialdemocracia brasileira – os dois mandatos de FHC e os quatro do PT – gerou alguma estabilidade com crescimento econômico e, principalmente, avanços institucionais.

No entanto, esse período acabou em profunda crise que, como já tratamos inúmeras vezes nesta coluna, foi fruto do esgotamento de duas dinâmicas independentes, mas que se entrelaçaram: o contrato social da redemocratização e o intervencionismo petista.

De onde virá a “baleia”?

O banco central americano, Federal Reserve, ou simplesmente Fed, alterou a política monetária dos Estados Unidos. Com isso, em função da importância da economia americana, alterou a política monetária mundial.

Tudo indica cenário de pouso suave da economia americana, para crescimento em 2020 de 2%, com inflação na meta e Fed Funds constantes, isto é, a 2,5% – e, portanto, juro real de 0,5%. 

A luta de classes, o moto perpétuo pseudo-keynesiano e o exemplo enganoso do Japão

No século XIX, a luta de classes ocorria no chão de fábrica e nas ruas. Tempos de greves, manifestações e cavalaria dispersando violentamente os trabalhadores.

A luta de classes tinha um princípio básico. Os recursos são escassos e, para reduzir a desigualdade e construir uma sociedade mais justa, era necessário tirar de quem tem.

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