Samuel Pessoa

Samuel de Abreu Pessoa. Físico e professor de economia, é pesquisador do FGV IBRE e sócio diretor do Julius Baer Family Office.

Corrida de gato e rato entre economia doméstica e reinflação americana

A piora de maio no mercado doméstico veio da conjunção de inúmeros fatores: greve dos caminhoneiros e demissão de Pedro Parente da Petrobras, com enorme demonstração de fragilidade do governo Temer; diversos gestores respeitados do mercado financeiro apostando que o país não irá arrumar o desequilíbrio fiscal em seguida às eleições; pesquisas eleitorais apontando as enormes dificuldades, naquele momento, de consolidação da candidatura de Geraldo Alckmin (fato revertido posteriormente); contágio de países emergentes – Argentina e Turquia – com crises claras de balanço de p

Por que deve haver ajuste em 2019?

Na Ponto de Vista do mês passado, notei que vivemos pleno descolamento entre a economia e a política. As incertezas eleitorais que até maio não contaminavam o mercado passaram a pressionar fortemente as operações de renda fixa. Mesmo com inflação contida – deve fechar o ano pouco abaixo de 4%, apesar da forte desvalorização cambial –, o mercado projetava na segunda-feira, 30 de junho, elevação de pouco menos de 1 ponto percentual da Selic em 2018 e novas subidas em 2019.

Fim do descolamento entre a economia e a política

O governo Temer era a ponte para o futuro. A forte turbulência no segundo semestre de 2015 – fruto da frustração com a capacidade da presidente Dilma, auxiliada pelo ministro Joaquim Levy, de aprovar medidas no Congresso Nacional que solucionassem o desequilíbrio fiscal estrutural – foi “devolvida” com o movimento do impedimento da presidente no primeiro semestre de 2016. Isto é, a aguda piora dos indicadores econômico-financeiros reverteu-se com o processo de destituição da presidente.

Quais foram as verdadeiras causas da grande recessão brasileira?

Neste post, são disponibilizados dois conjuntos de slides que serviram como base para aulas ministradas por Samuel Pessoa e Bráulio Borges, em junho, no curso de macroeconomia da professora Laura Carvalho, da FEA/USP. Esses materiais trazem uma atualização do debate ocorrido neste blog há quase um ano, sobre as causas da recessão recente brasileira, bem como da lenta retomada.

Greve dos caminhoneiros: erros da nova matriz e esgotamento do contrato social

Com grande velocidade a greve dos caminhoneiros desorganizou a produção e a vida das pessoas. Em menos de uma semana as cidades brasileiras viviam clima de feriado, com longas filas nos poucos postos de gasolina com combustíveis, enquanto diversas atividades produtivas estavam paradas. Produtores de leite não conseguiram escoar a produção e granjeiros viram frangos e porcos morrerem por falta de ração. Somente para ficarmos nos setores com maior impacto midiático.

Depressão brasileira: causas passadas ou presentes?

A crise brasileira terminou, segundo o Codace, no quarto trimestre de 2016. Foi a segunda maior perda de PIB per capita dos últimos 120 anos e a crise mais longa, isto é, aquela em que se passarão mais anos até que o PIB per capita atinja o pico prévio, no caso, 2013.

Para termos uma ideia da profundidade da depressão, basta lembrar que, no auge da perda de PIB per capita, em 2016, registrava-se uma queda de 9,1% em comparação a 2013.

Política fiscal e sustentabilidade: debate com Manoel Pires

Nós travamos um debate recente com Nelson Barbosa sobre o tema do autofinanciamento da dívida pública. Alguns criticaram nosso artigo afirmando que havíamos criado um espantalho. Nada mal que, para além das referências que citamos, posteriormente Marcio Pochmann tenha defendido que basta crescer para resolver o problema fiscal.

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