Samuel Pessoa

Samuel de Abreu Pessoa. Físico e professor de economia, é pesquisador do FGV IBRE e sócio diretor do Julius Baer Family Office.

Como ficará a política monetária em 2019?

O ano de 2018 foi caracterizado por forte surpresa negativa na atividade econômica. No início do ano passado, considerávamos que a economia brasileira iria crescer 2,9% em 2018. Com a passagem do ano a previsão foi caindo até 1,1%, resultado medíocre confirmado pelo IBGE em 28 de fevereiro. Ou seja, a revisão de nosso cenário de atividade entre fevereiro de 2018 e o mesmo mês de 2019 foi de 1,8 ponto percentual (180 centésimos de p.p.).

Por que as instituições fiscais de FHC não evitaram a crise das contas públicas?

O olhar retrospectivo nos leva para um período, segunda metade da primeira década deste século e início da segunda, em que parecia que a solvência da dívida pública no Brasil era um tema do passado.

Em abril de 2008, a S&P estabeleceu que a dívida soberana brasileira apresentava grau de investimento. Essa decisão foi seguida pela Fitch em maio de 2008, e pela Moody’s em setembro de 2009.

A delegação de Bolsonaro e o pacto social

O governo Bolsonaro interrompe ciclo de seis eleições consecutivas – duas com PSDB e quatro com o PT – vencidas por partidos que defendem um projeto socialdemocrata. Nesse sentido, a transição é natural e saudável.

No entanto, é importante que o grupo político vitorioso entenda a delegação que ganhou das urnas. Não parece haver por parte do eleitorado um desejo de profunda redução do gasto social.

Chile: no caminho certo

Segundo a divulgação de outubro último da base de dados do FMI, World Economic Outlook, a economia chilena atingirá renda per capita em 2022 de US$ 25.000, 64% maior do que a brasileira e 34% maior do que a argentina, ambas também em 2022. Se lembrarmos que, segundo a mesma base de dados, em 1980 o Chile tinha renda per capita 30% menor do que a brasileira e 46% menor do que a argentina, o desempenho no período foi muito positivo.

O papel do Estado na provisão de serviços públicos e no desenvolvimento econômico

O papel do Estado na economia pode, de maneira simplificada, ser organizado em duas dimensões. Na primeira, temos o Estado que dá maior segurança aos cidadãos e procura reduzir a desigualdade de oportunidades por meio da oferta de serviços públicos como saúde, educação, programas de assistência social etc.

Fed: primeira etapa quase lá

No dia 17 de outubro, o banco central norte-americano, Federal Reserve (Fed), divulgou a ata da reunião do Comitê de política monetária que se reunira em 25 e 26 de setembro.

Logo após a reunião, o Comitê divulga um comunicado. A decisão foi de elevar em mais 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros, conhecida por fed funds rate (FF), para o intervalo entre 2% e 2,25%.

Por que não assinei o manifesto “Democracia Sim”

Este texto é a minha resposta, que quero tornar pública, a um convite para assinar o manifesto “Democracia sim”, que conclama os cidadãos brasileiros a não elegerem Jair Bolsonaro.

Quando recebi o e-mail, minha reação imediata foi a de querer assinar. Li rapidamente o texto e observei a lista de signatários. Conheço algumas pessoas naquela lista. Sinto-me muito à vontade de estar junto delas.

A emenda do teto do gasto explicita o corporativismo

Desde a estabilização da economia com o Plano Real em 1994, os gastos públicos têm crescido continuamente a uma velocidade superior à expansão do PIB. Consequentemente, a despesa primária da União, excluindo transferências para estados e municípios, saiu de 11% do PIB, na primeira metade dos anos 90, para os 20% atuais.

O impacto do elevado gasto previdenciário no Brasil na poupança doméstica

Com a disputa eleitoral a todo vapor, e o país em situação econômica periclitante, volta à tona a discussão sobre temas econômicos espinhosos e urgentes, como a reforma previdenciária. Não é novidade para ninguém que sem uma profunda reestruturação do sistema de aposentadorias e pensões brasileiro, o país não só terá muita dificuldade em crescer como provavelmente vai bater de cara no muro inflacionário logo, logo. Nessa breve nota, nosso objetivo é responder quantitativamente a duas perguntas. Primeiro: é verdade que o país gasta demais com previdência social?

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