Bráulio Borges

Graduado em Economia e mestre em Teoria Econômica pela FEA-USP, recebeu o Prêmio Tesouro Nacional pela sua dissertação de mestrado em Finanças Públicas. Atuou no departamento econômico da Telefónica e foi professor de Macroeconomia na Pós-Graduação da GVLaw. Atualmente é economista-sênior da área de Macroeconomia da LCA e pesquisador-associado do FGV IBRE.

Mais asfalto e menos capital humano: a provável consequência da desvinculação total dos gastos com saúde e educação

O título desse post é inspirado em um paper de economistas do FMI (Atolia, Li, Marto & Melina), publicado em 2017: “Investing in public infrastructure: roads or schools?”. O objetivo dos autores foi analisar, por meio de um modelo conceitual e de algumas simulações numéricas, porque países em desenvolvimento investem relativamente pouco em educação (“escolas”).

Vamos falar de histerese?

Este é um tópico extremamente importante, porém bastante negligenciado no debate econômico nacional (e muitas vezes tachado de “coisa de heterodoxo”). Para começar, é preciso ter claro que o PIB de um país pode ser analisado de duas formas, por definição. Primeiro, sob a ótica do PIB potencial – ou do crescimento de longo prazo. Segundo, sob a ótica do hiato do produto – ou dos ciclos econômicos de curto prazo.

“Duplo mandato” para o BCB: populista e desnecessário?

Embora eu já tenha abordado esse tema diversas vezes neste blog (aqui o post mais recente, de novembro do ano passado), achei importante escrever novamente sobre isso em função das reações negativas de alguns colegas sobre a aprovação, na semana passada, do PLP 19/2019, que aumentou a autonomia operacional do Banco Central do Brasil e ampliou seu mandato formal, incluindo também no escopo dos objetivos a atividade ec

E a dívida líquida?

Na semana passada foram divulgados os dados fiscais brasileiros referentes a 2020. O grande destaque, em vários aspectos, coube ao dado de endividamento público bruto, que encerrou o ano passado em 89,3% do PIB, vindo de 74,3% no final de 2019, na métrica adotada pelo Banco Central do Brasil. Na métrica do FMI, a dívida bruta encerrou o ano passado em 98,6%, subindo pouco menos de 12 p.p. do PIB ante 2019.

Hiato do BCB vs hiato da IFI: quem explica melhor a inflação brasileira?

O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, suas estimativas atualizadas para o hiato do produto da economia brasileira. Ou seja: após um lapso que durou cerca de 9 anos (entre meados de 2011 e meados deste ano), aparentemente o BCB passará a divulgar regularmente suas estimativas para essa variável não-observável.

Réplica à nota técnica de Pedro Valls e Emerson Marçal (estudo sobre a PEC 45/2019)

Os professores da EESP/FGV, Pedro Valls e Emerson Marçal, divulgaram recentemente uma nota técnica[1] questionando vários aspectos da metodologia que empreguei para preparar um estudo para o Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), o qual buscou quantificar os impactos macroeconômicos de uma eventual aprovação da PEC 45/2019.

FMI aponta que política monetária no Brasil tem sido excessivamente conservadora desde 2017

Embora o IBGE tenha revisado significativamente para melhor os números de crescimento dos PIBs de 2018 (de +1,3% para +1,8%) e de 2019 (de +1,1% para +1,4%), ainda assim a trajetória de recuperação da atividade econômica brasileira após a crise de 2014-16 (e antes da crise da Covid, neste ano de 2020) continuou sendo atipicamente lenta em termos históricos, como apontam as figuras abaixo.

Páginas

Subscrever Bráulio Borges